O primeiro dia da loja foi de filas e movimento em alta (Stephen Brashear/Getty Images)
A Amazon inaugurou nesta segunda-feira, 22, aquela que foi batizada de “A loja do futuro”. Com sede em Seattle, a Amazon Go, seu nome oficial, tem todo o funcionamento delegado às câmeras e sensores para acompanhar o que os clientes retiram das prateleiras e o que devolvem. A unidade funcionava para funcionários desde dezembro de 2016 como teste.
De acordo com The Seattle Times, a inauguração atraiu pessoas de várias partes dos Estados Unidos e gerou filas que dobravam os quarteirões da Sétima Avenida, em Seattle. Apesar do interesse em torno da novidade, ainda há muitos questionamentos sobre o funcionamento, a efetividade e a estratégia da Amazon por trás do formato.
Em entrevista ao New York Times, durante visita guiada de jornalistas à loja, Gianna Puerini, executiva da Amazon encarregada do projeto, quando questionada sobre o impacto da loja nos empregos, afirmou que os funcionários que poderiam atuar na loja foram deslocados a funções que “propiciem melhores experiências aos clientes”. O local possui 165 metros quadrados e oferece itens de conveniência como batatas chips, refrigerantes, ketchup e alguns produtos frescos de alimentos vendidos no Whole Food, rede comprada pela Amazon no ano passado.
Graciliano Monteiro Passos, CTO da UpPoints, empresa de tecnologia de filmagem e análise interior de lojas com Inteligência Artificial, afirma que ainda é cedo para dizer se o formato da Amazon Go deverá ser aquele da loja comum no futuro. “É uma evolução das lojas self-checkout, onde você mesmo passa os produtos no leitor de códigos de barra e paga com o cartão de crédito. Mas nessa nova loja da Amazon, você não tem leitor de código de barras e nem usa cartão de crédito, é tudo baseado na pessoa”, diz Passos.
Segundo Passos, para que funcione, a Amazon Go precisou construir uma loja nova do zero, cheia de sensores nas gôndolas, câmeras, servidores para processamento local e até detectores de movimentos. “Porém, é possível monitorar as lojas que já existem sem ter que alterá-las, a única coisa que precisamos é colocar uma pequena câmera sem fio na frente da gôndola e mais nada, sem a necessidade de outros sensores ou mesmo servidores dentro da loja, pois o processamento da I.A. é feita na nuvem”, afirma.
Veja como funciona a Amazon Go:
Como entrar? Antes de entrar, os clientes precisam baixar o aplicativo Amazon Go em um smartphone. A pessoa deve estar cadastrada com uma conta da Amazon vinculada a um cartão de crédito ou débito. Após a validação da conta, o usuários recebe um código exclusivo que, quando escaneado na porta de entrada permite a liberação.
Como sair? Ao sair da loja, os itens retirados das prateleiras pelos consumidores são automaticamente cobrados no cartão e o aplicativo exibe um recibo da compra. De acordo com testes iniciais nesta segunda-feira, os recibos chegaram de cinco a 15 minutos depois de os clientes saíram da loja.
Posso tocar nos produtos? Uma das métricas para incluir um item no carrinho do consumidor é se ele for retirado da prateleira. No entanto, quando ele volta para o local, automaticamente deixa de ser contabilizado.
E se um item for cobrado indevidamente? Caso exista um erro e o item seja cobrado de forma indevida, a Amazon permite a solicitação de reembolso.
É possível entrar com pessoas sem conta na Amazon? A loja permite a entrada de “acompanhantes”. Para isso, no entanto, é preciso indicar quantas pessoas estão em sua companhia e, posteriormente, vinculá-los a sua conta. Caso eles peguem algo, será cobrado do responsável pela conta.
E sobre a privacidade? A vigilância por vídeo é comum em lojas de varejo de lojas de conveniência nos Estados Unidos. Porém, poucos lugares serão capazes de rastrear os movimentos dos consumidores de forma tão precisa quanto a Amazon fez. De acordo com a empresa, o sistema de monitoramento mescla câmeras com algoritmos de visão computacional. A Amazon não divulgou, porém, uma política específica de privacidade para a Amazon Go.
