Abear comenta suspensão da cobrança sobre bagagens
Eduardo Sanovicz, presidente da entidade, defende que passagens aéreas ficariam mais baratas caso a cobrança entrasse em vigor; companhias já haviam anunciado medidas
Abear comenta suspensão da cobrança sobre bagagens
BuscarAbear comenta suspensão da cobrança sobre bagagens
BuscarEduardo Sanovicz, presidente da entidade, defende que passagens aéreas ficariam mais baratas caso a cobrança entrasse em vigor; companhias já haviam anunciado medidas
Isabella Lessa
14 de março de 2017 - 17h57
Nesta segunda-feira, 13, a Justiça Federal de São Paulo suspendeu a decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que permitiria a cobrança do despacho de bagagem dos passageiros pelas companhias aéreas. A nova regra começaria a valer nesta terça-feira, 14, porém, o Ministério Público Federal do Estado (MPF) alegou que a medida fere os direitos do consumidor pois pode acarretar em preços mais caros pela bagagem despachada.
De acordo com a regra aprovada pela Anac, o passageiro passaria a pagar uma taxa à parte do preço das passagens por malas despachadas tanto em voos nacionais quanto internacionais. Hoje, o serviço permite que os clientes levem bagagem de mão de até 5 kg sem taxas e despachem uma mala de até 23 kg em voos nacionais e até duas malas de 32 kg em voos internacionais sem custos adicionais. A partir da regra que começaria a vigorar nesta terça, 14, cada companhia aérea que realize voos a partir do Brasil pode estabelecer sua própria estratégia comercial para despacho da bagagem.
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) afirma que a decisão da 22ª Vara Cível de São Paulo de suspender os artigos referentes a bagagem é lamentável. “A medida é anacrônica e cria insegurança jurídica para o setor aéreo. Além disso, vai na contramão das práticas adotadas no mundo inteiro, onde a livre concorrência permitiu uma aviação de maior qualidade e menor preço. Hoje, além do Brasil, apenas a Venezuela regula a bagagem no transporte aéreo”, comenta Eduardo Sanovicz, presidente da entidade.
Segundo ele, as novas regras da aviação, incluindo a desregulamentação da franquia de bagagem, permitem uma aviação mais competitiva e abrem caminho para a criação de uma nova classe tarifária com preço mais baixo. “O histórico da aviação comercial mostra que, quando há o aumento de competição, o preço dos bilhetes recua: em 2002, quando houve a desregulamentação dos preços das passagens, a tarifa média doméstica era de R$642,54. Em 2015, o valor chegou a R$334,50, uma redução acumulada de cerca de 50%. Acreditamos que o mesmo comportamento pode ocorrer com os preços com a liberação da franquia de bagagens”, explica.
O presidente reforça ainda que, com a nova regra da bagagem, é possível implantar o conceito de justiça tarifária na aviação brasileira, quando o passageiro paga por aquilo que ele usa. “A regra prevê um aumento na franquia da bagagem de mão de 5 kg para 10 Kg. Essa é uma vantagem para o passageiro. Ele pode carregar os seus pertencer com ele no avião e evitar o despacho de bagagem”, afirma.
Antes de o artigo ser barrado pela Justiça, Gol, Latam e Azul haviam anunciado alterações nas tarifas. A Gol informou que cobraria R$ 30 para despachar uma mala de até 23 kg em voos domésticos quando adquirida nos canais de autoatendimento e agências de viagem. No balcão de check-in, o passageiro pagaria R$ 60. Nos voos internacionais, o valor seria equivalente a US$ 10 no autoatendimento e agências de viagens, e a US$ 20 no balcão.
Os clientes dos programas de fidelidade Smiles Prata, Ouro e Diamante têm direito a uma, duas e três malas despachadas, respectivamente, sem custo adicional. A empresa também determinou que o excesso de peso, hoje calculado de acordo com a tarifa cheia do voo, passaria a ser cobrado por quilo adicional: R$ 12 nos voos domésticos e US$ 4 nos internacionais.
Já a Azul estabeleceu que os 23 kg de bagagem podem ser despachados por R$ 30. Caso a mala extrapole a cota, será mantida a atual cobrança por quilo excedente. Clientes Tudo Azul Diamante e Safira poderão despachar 23 kg de bagagem gratuitamente, enquanto Clientes Tudo Azul Topázio, Safira e Diamante continuam com o benefício dos 5 kg, 10 kg e 15 kg de bagagem extra, respectivamente.
A Latam anunciou que cobraria R$ 50 por bagagens de até 23 kg em voos nacionais – clientes Premium ganham um volume extra grátis –, e que os clientes teriam a possibilidade de despachar sem custos adicionais uma mala de até 23 kg para destinos na América do Sul e duas malas de até 23 kg para demais voos.
Compartilhe
Veja também
Prefeitura de São Paulo interrompe projeto do “Largo da Batata Ruffles”
Administração Municipal avaliou que a Comissão de Proteção à Paisagem Urbana precisa dar um parecer sobre o projeto; PepsiCo, dona da marca, diz que parceria é de cooperação e doação e não um acordo de naming rights
Natal e panetones: como as marcas buscam diferenciação?
Em meio a um mercado amplo, marcas como Cacau Show, Bauducco e Dengo investem no equilíbrio entre tradição e inovação, criação de novos momentos de consumo, conexão com novas gerações, entre outros