Claro, TIM e Vivo adquirem Oi Móvel por R$ 16,5 bilhões
Aquisição consolida segmento e reduz competição nacional a três operadoras; setor aguarda para 2021 o leilão da 5G
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Sergio Damasceno Silva
15 de dezembro de 2020 - 6h03
Claro, TIM e Vivo confirmaram as negociações iniciadas em março deste ano e fecharam a aquisição da Oi Móvel por R$ 16,5 bilhões, em leilão que aconteceu no Rio de Janeiro (RJ). As três teles que formaram o consórcio para adquirir a unidade móvel da Oi divulgaram fatos relevantes sobre os detalhes da transação. A Oi tinha, até agosto, pouco mais de 36,5 milhões de assinantes (pouco mais de 15% do mercado nacional, de 230,1 milhões de usuários). A transação, no entanto, somente será concretizada após a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O valor pago pela Oi Móvel abrange R$ 15,744 bilhões pelo preço fixado para o leilão e mais R$ 756 milhões que serão quitados pela prestação de serviços pelo Grupo Oi por 12 meses. A Oi tem como CEO Rodrigo Modesto de Abreu, que sucedeu a Eurico de Jesus Teles Neto. A operadora teve sucessivos presidentes nos últimos anos.
Pelos termos do acordo entre Claro, TIM e Vivo, a TIM pagará 44% do total do negócio, ficará com 40% da base de assinantes e mais da metade das faixas de frequência da Oi Móvel. A TIM controlará, ainda, 7,2 mil estações rádiobase (ERBs ou torres) da Oi. A Claro e a Vivo desembolsarão, ambas, 33% do preço fixado para o leilão. A Claro terá 32% da base de assinantes e 4,7 mil ERBs. E a Vivo controlará 28% do total de assinantes e 2,7 ERBs.
No início de setembro, o especial Business Transfomation – Telecomunicações abordava essa transação e previa dois grandes movimentos para o setor no Brasil: essa consolidação ora concretizada com a aquisição da Oi Móvel pelas demais operadoras dominantes no Brasil e o futuro leilão da quinta geração (5G), previsto para acontecer no ano que vem. Os últimos movimentos de peso em aquisições na área foram a compra da Nextel pela Claro o ano passado e aquisição da GVT pela Telefônica em 2015. A Oi Móvel é assim chamada porque o Grupo Oi dividiu as ofertas em unidades produtivas isoladas (UPis), dentro do seu plano de recuperação judicial (que foi pedida em 2016 quando, à época, a companhia carregava uma dívida de R$ 65 bilhões). Essas UPIs são formadas pelos ativos móveis (Oi Móvel, no valor de R$ 16,5 bilhões pela proposta das três teles), estações radiobase ou torres (TowerCo, no valor de R$ 21 bilhões), infraestrutura de fibra óptica (InfraCo, no valor mínimo de R$ 20 bilhões) e TV por assinatura (TVCo, no valor mínimo de R$ 20 milhões). No caso da TV por assinatura, as consultas para venda já estão sendo conduzidas pelo BTG Pactual.
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