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Como o novo padrão dos rótulos afeta marcas e consumidores?

Válidas a partir de outubro, novas normas preveem alteração no design da tabela nutricional para garantir visibilidade


3 de agosto de 2022 - 6h00

Após um longo período de debates e uma consulta pública, que teve mais de 23 mil participações, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, em 2020, uma nova norma para rotulagem nutricional de alimentos. A medida passa a valer, oficialmente, em 9 de outubro de 2022 – daqui a pouco mais de dois meses.

 

Campanha do Idec chama atenção para os rótulos e fala sobre a mudança (Crédito: Divulgação)

Isso não significa, no entanto, que a partir dessa data as companhias já passem a ser cobradas pela adaptação. A mudança prevê um período para implementação que pode se estender por mais alguns anos. Laís Amaral, nutricionista em saúde pública do Programa de Alimentos do Idec, explica que entre as principais mudanças trazidas pela norma, estão uma alteração no design da tabela nutricional que passará por uma padronização em fundo branco e letra preta, fonte, tipo e entrelinha para garantir visibilidade.

Do ponto de vista técnico, as informações de açúcares totais e adicionados que, hoje, são voluntárias passam a ser obrigatórias. A tabela nutricional também ganha uma nova coluna obrigatória que demonstra a presença dos ingredientes por cada 100 gramas ou mililitros.

A grande novidade está, porém, na implementação de uma rotulagem frontal que vai indicar o alto conteúdo de ingredientes prejudiciais, como açúcar adicionado, sódio e gordura saturada. Na prática, isso virá sinalizado com o símbolo de uma lupa na frente do produto com os dizeres: “alto em…”. A ferramenta já existia, mas tinha uso opcional entre os fabricantes.

 

Modelo de rótulo frontal aprovado pela Anvisa (Crédito: Reprodução)

A nutricionista explica as vantagens do novo padrão. “Isso traz uma legibilidade e facilidade de entendimento maior e uma informação mais útil e completa”, defende. “Não é um rótulo que precisa ser interpretado”, explica Laís, comparando a lupa com a tabela nutricional.

A norma, naturalmente, tem fragilidades. Laís cita o longo prazo de implementação. Além disso, ela conta que em outros países em que a ferramenta foi aprovada houve um boom no consumo de adoçantes. “Uma consequência dessa norma vai ser a reformulação dos produtos. O fabricante não quer que o item dele tenha essa lupa”, diz a profissional.

Ainda assim, ela não titubeia em afirmar que a nova norma é um ganho. “De qualquer forma, foi uma discussão longa, com participação social reconhecida, então é uma vitória para o consumidor”, defende a nutricionista em saúde pública do Programa de Alimentos do Idec.

Campanha do Idec

No mês passado, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, o Idec, lançou a campanha nacional “De olho nos rótulos” que alerta sobre a quantidade excessiva de ingredientes prejudiciais à saúde em produtos ultraprocessados. Com essa proposta, o filme é estrelado por três itens: iogurte, macarrão instantâneo e biscoito água e sal. Eles ilustram, respectivamente, o abuso de açúcar, gordura saturada e sódio.

Além de alertar sobre a qualidade dos alimentos, as peças também pretendem informar sobre as mudanças nos rótulos, que entram em vigor em outubro. Dividida em duas etapas, a campanha será veiculada nas redes sociais, jornais impressos, rádio, podcasts e na TV. Foi criado, ainda, um hotsite dedicado que reúne as informações.

Os especialistas e organizações de saúde, como o Idec, apontam o consumo de ultraprocessados como um dos principais responsáveis pelo aumento de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e doenças cardiovasculares.

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