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Vale Cultura movimentou R$ 13 milhões
Até o mês de junho, foram emitidos 215.600 cartões; expectativa do governo era maior
Até o mês de junho, foram emitidos 215.600 cartões; expectativa do governo era maior
Meio & Mensagem
7 de julho de 2014 - 11h17
Em seus seis primeiros meses em vigor, o Vale Cultura, programa federal de incentivo ao consumo de produtos culturais, já movimentou R$ 13 milhões. Até junho, foram emitidos 215.600 cartões.
O Vale Cultura é um cartão magnético de R$ 50 mensais que pode ser distribuído pelas empresas cadastradas a todos os seus funcionários com carteira assinada, prioritariamente, àqueles que recebem até cinco salários mínimos. O valor é cumulativo, permitindo que o trabalhador junte dinheiro para comprar algo mais caro que esse ticket mensal ou até mesmo pague algum curso.
No primeiro balanço divulgado a respeito do programa, o Ministério da Cultura (MinC) afirma que os itens nos quais os usuários do Vale Cultura mais investiram foram livros, jornais, revistas e artigos de papelaria, responsáveis por 88% do montante. Ingressos para cinema e aquisição de instrumentos musicais vieram na sequência, com percentuais respectivos de 9,2% e 1,3%. Em quarto lugar (0,66%), aparece o setor de discos, CDs, DVDs e na quinta colocação vem o teatro, com 0,38% do total movimentado.
A Ministra Marta Suplicy, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, afirmou que o predomínio de livros, revistas e jornais se deve ao fato de editoras e livrarias como a Saraiva já terem começado a se preparar para o programa assim que ele foi anunciado.
Os resultados obtidos até o momento estão, por enquanto, abaixo da expectativa do governo, que era de movimentar R$ 516 milhões em um ano. O principal fator que estaria emperrando o crescimento do programa no ritmo desejado seria a desistência de pequenas empresas, que representam mais da metade das 4.855 que se cadastraram no MinC. Somente 268, ou 5,5% do total de cadastradas, efetivamente fecharam acordo com as operadoras do cartão. O Vale Cultura não oferece incentivo fiscal às microempresas; os R$ 50 mensais apenas deixam de ser tributados.
Fica claro que o sucesso do programa vai depender também de uma mudança de cultura do empresariado brasileiro. O MinC, de sua parte, procura ter os sindicatos como aliados para a propagação do Vale Cultura, sugerindo que eles incluam o benefício em suas negociações de classe.
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