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Vida longa aos ?fifties? os novos cinquentões

Perspectiva de uma vida longeva muda perfil do consumidor na faixa dos 50 anos. Veja os perfis traçados em estudo da agência Rino


5 de novembro de 2012 - 8h28

Na quinta-feira da semana passada, 1º de novembro, o vocalista do Red Hot Chilli Peppers, Anthony Kiedis, celebrou 50 anos. Antes dele, já haviam entrado para o clube, em 2012, os atores Tom Cruise e Marcello Novaes e a cantora Paula Toller. Ao lado de outras celebridades, como Maddona, George Clooney, Fátima Bernardes, Maitê Proença e Bono Vox, são a face famosa de uma geração que vem redefinindo padrões de comportamento para quem já viveu meio século de vida – ou “o primeiro meio século”, como gostam de ressaltar.

Mas a tendência de postergar a aproximação com a Terceira Idade não é algo restrito ao universo dos artistas e aparece como uma consequência natural do aumento da expectativa de vida e a perspectiva de uma vida mais longeva. “Há uma readequação favorável da linha do tempo, e isso tem despertado nas pessoas em torno dos 50 anos de saber se reconhecer de uma forma bacana e também ser reconhecido por isso”, afirma Fernando Piccinini Jr, vice-presidente de Criação da Rino Com.

A agência, que completou cinco décadas em 2012, realizou um estudo para entender os anseios e as perspectivas dos novos cinquentões – alcunha a qual, sem surpresa, descobriu-se não ser muito cara aos participantes, que a Rino Com preferiu chamar de “fifties”. A pesquisa foi feita pelo Club de Pesquisa, instituto dirigido por Regina Sales e Emira Nicolas Kezh.

Foram 230 entrevistas com homens (44%) e mulheres (56%) de 47 a 53 anos, das classes A, B e C. Uma pesquisa mais detalhada foi aplicada em trinta destes. Fecham a conta as 927 intervenções recebidas via Internet e as entrevistas online com 50 profissionais da área de comunicação.

Quase metade dos entrevistados (43%) pela Rino Com declarou estar vivendo a melhor época de sua vida. Como contraponto, apenas 5% disseram que os cinquenta anos representam o começo da velhice.

Os números batem com os registrados por pesquisa feita no Reino Unido. Com a participação de mil adultos britânicos com idade superior a 50 anos, a idade média apontada para o começo da meia-idade ficou em 55 anos, enquanto os 69 anos foram apontados como o limite para a terceira idade.

Estudos similares realizados na década passada indicavam que a meia-idade de um ser humano em nossa sociedade começava a partir dos 36 anos. Mais: um em cada cinco britânicos foi além ao afirmar que sentir-se na meia-idade é um conceito muito mais ligado ao estado de espírito do que com os anos de vida de uma pessoa.

Viver mais tem sido uma consequência de uma combinação de fatores, nos quais destaca-se o avanço da medicina no tratamento de doenças severas. A expectativa de vida do brasileiro nascido em 2010 chegou aos 73,4 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O próprio cenário socioeconômico também exerce grande influência, especialmente no campo profissional. No Brasil, a falta de mão de obra qualificada e a maior demora dos jovens em entrar no mercado de trabalho ajudam a valorizar a experiência dos mais velhos. Já nos Estados Unidos, de acordo com pesquisa encomendada pelo banco Wells Fargo, o impacto da recessão e a consequente queda no poder de compra faz com que 30% dos americanos planejem trabalhar até quando tiverem 80 anos – ou mais.

“Cria-se, assim, um espaço adicional na linha do tempo da vida para um novo conceito, o da 4ª idade, que seriam aquelas pessoas com mais de 80 anos, mas ainda produtivas, criativas e com muita lenha para queimar”, diz Piccinini, citando como exemplo a atriz Fernanda Montenegro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o apresentador e empresário Sílvio Santos. “Os 50 anos são, de certa forma, os novos 30”, afirma o VP de Criação, da Rino Com.

Diferente dos cinquentões, tradicionalmente identificados como profissionais rumo à aposentadoria e uma vida social restrita aos círculos mais próximos, osfFifties são segmentados demais para terem uma definição única. Veja abaixo como o estudo da Rino Com definiu-os em três grandes arquétipos – fica fácil perceber que, se a vida não começa aos 50, são cada vez melhores as perspectivas de estar apenas na metade, após meio século.

Leia a matéria sobre os “fifties” na íntegra na edição 1534 impressa do Meio & Mensagem (de 5 de novembro de 2012).  
wraps
• Espírito jovem, até exagerado em alguns
• Postura otimista
• Não sentem (ou negam) a idade que têm
• Sentem que têm muito que realizar
• Envolvidos com atividades físicas
• Entretenimento típico de mais jovens: agitação, vida fora de casa, balada, perfis
nas redes sociais
• Ampla abertura para tecnologia
• Sentimento de vitória / competição
• Vivenciam um sexo mais liberado
• Não se importam tanto com o que os outros pensam
• Frame de referência: os filhos, seja na condição de companheirismo ou disputa 
wraps
• Valorizam a boa condição física e de saúde
• Desfrutam bons momentos e pequenos gestos
• Comemoram os ganhos da idade: maturidade, discernimento, liberdade
• Não se imaginam parados nem aposentados
• Planejam viajar mais
• Desenvoltura com tecnologia, sabem usar/ tirar proveito
• As redes sociais ampliam oportunidades
• Sentem-se mais seguros, donos de si
• Veem o futuro com mais perspectiva e qualidade de vida
• Veem-se atingindo um patamar de equilíbrio e segurança financeira
• Frame de referência: eles mesmos 
wraps
• Sentem mais necessidade de acreditar em Deus
• Perfill mais conservador
• Mais focados nos próximos anos ou década
• Pensam no legado para outras gerações
• Cogitam aposentadoria ou desaceleração
• Recolhimento gradual à vida doméstica
• Sonho de morar na praia (ou no campo)
• Resistentes a novidades em tecnologia, têm medo de não acompanhar
• Veem redes sociais como ameaça aos relacionamentos afetivos (isolamento,distanciamento da família)
• Frame de referência: idosos ativos, saudáveis 

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