Wickbold esquenta o mercado de paes

Janaina Langsdorff
23 de janeiro de 2012 - 8h30

A paulistana Wickbold, segunda marca do setor de pães industrializados com faturamento de R$ 511 milhões em 2011, pretende investir R$ 25 milhões para a construção de uma nova fábrica em Santa Catarina, prevista para entrar em funcionamento ainda em 2012. As novas instalações marcam a chegada da marca ao Sul do País, reduto da concorrente Nutrella. O plano prevê ainda a ampliação da unidade produtiva de Hortolândia, em São Paulo, cujas obras devem ser iniciadas em 2013. Com unidades produtivas localizadas também no Rio de Janeiro e na cidade de Diadema (SP), a companhia de 73 anos detém hoje 25,2% de participação de mercado, ante os 28% da Bimbo, mexicana que opera com as marcas Pullman, Plus Vita e Nutrella.

A Wickbold fechou o ano de 2010 na segunda posição, com 17% de representatividade, praticamente empatada com a Panco, outra marca nacional com presença também concentrada na região Sudeste. Mas o desempenho da Wickbold vem crescendo acima da média do próprio mercado, que totaliza vendas de R$ 2,5 bilhões ao ano, alavancadas especialmente pela categoria de pães especiais, que cresceu 14%. Na Wickbold esse número aumentou 28% em volume, enquanto a concorrente Bimbo perdeu 1,5 ponto percentual.

De acordo com informações publicadas na edição dessa segunda-feira, 23, pelo jornal Valor Econômico, as variantes integral e light representam 27% das vendas totais. O consumo de industrializados, que inclui pão de forma branco e bisnaguinhas, aumentou 22% entre 2009 e 2011, enquanto o de especiais apresentou uma elevação de 60%. Estima-se que o consumo per capita gire em torno de 4,7 quilos ao ano, contra 22 quilos em mercados dos Estados Unidos e Espanha.

Conduzida pela família Wickbold, a empresa busca assumir a liderança do mercado em dois anos. Para tanto, o plano de expansão inclui também um postura agressiva de lançamento de novos produtos. Em 2011, a Wickbold colocou nas gôndolas o seu primeiro snack, o Tickroc, de olho num mercado que movimenta R$ 2 bilhões ao ano, além de entrar também no segmento de torradas. A introdução de novos itens com a marca da empresa nas prateleiras foi de aproximadamente R$ 15 milhões em 2011.