Globo cria combo de assinaturas de VOD
Com Telecine, Premiere e GloboPlay, plataforma do grupo espera ter 100 novas séries internacionais em até um ano
Com Telecine, Premiere e GloboPlay, plataforma do grupo espera ter 100 novas séries internacionais em até um ano
Bárbara Sacchitiello
5 de dezembro de 2018 - 11h52
Em uma estratégia para incrementar o alcance de seus serviços de streaming, o Grupo Globo começa a dar alguns passos mais independentes em relação às operadoras de TV Paga. Neste ano, a empresa já começou a oferecer assinaturas avulsas das plataformas online dos canais Premiere e Combate, permitindo que as pessoas que não são assinantes de TV paga também pudessem adquirir diretamente o serviço. Agora, o Grupo incrementa ao oferta ao criar combos de assinaturas que incluem a rede de canal de filmes Telecine, a plataforma GloboPlay e, em breve devem agregar outras marcas da Globosat.
“Temos uma relação histórica com as operadoras de canais e queremos preservar essa parceria. O que pretendemos com essas novas ofertas é ampliar a capilaridade dos serviços. Se uma pessoa, por exemplo, quiser assinar o GloboPlay e também assinar o streaming do Telecine, ela terá um preço mais convidativo. Mas também faremos toda essa oferta de vendas pela operadora. Em breve, os clientes das grandes operadoras também poderão assinar o serviço do GloboPlay através delas. Nossa ideia é oferecer nossos serviços por todas as vias de vendas, sejam elas de forma independente ou com as operadoras”, declarou João Mesquita, presidente do GloboPlay, em um encontro com jornalistas realizado nessa terça-feira, 4, em São Paulo.
Os combos de assinaturas das plataformas de conteúdo passaram a ser oferecidos pelo grupo desde o dia 1º de dezembro. Individualmente, o valor mensal da assinatura do GloboPlay é R$ 24,90. A assinatura do Telecine Play tem a mensalidade de R$ 37,90, enquanto o Premiere sai por R$ 79,90.
Força nas séries
As novas ofertas de vendas condizem com uma reformulação que o Grupo vem fazendo na plataforma GloboPlay nos últimos anos. Após muito tempo funcionando como catch-up do conteúdo que a Globo exibia na TV aberta, a plataforma de streaming começou a incrementar a quantidade de conteúdo próprio, agregar séries internacionais e atrações de outros canais e dar início ao plano de, segundo Mesquita, ter uma oferta de conteúdo condizente com os grandes players de streaming do mundo.
Embora tenha Netflix e Amazon como paramêtros nessa indústria, Mesquita vê o GloboPlay em um patamar diferente de competição. “A Netflix tem uma lógica diferente de negócios e não vemos como uma opção alternativa diante deles e nem os vemos como uma opção perante nós. Pensamos o GloboPlay como um marketplace de conteúdo, que possui internamente uma estrutura de conteúdo gerada por grandes empresas, como a TV aberta e os canais Globosat. Nossa proposta é usar essa grande experiência de produção para oferecer conteúdo que agrade o consumidor brasileiro e que seja direcionado aos gostos desses brasileiros. Somos um dos pilares de opções desses consumidores, que podem assinar a GloboPlay e outro serviço ao mesmo tempo”, explica o presidente da plataforma.
De acordo com dados fornecidos pelo grupo, atualmente a GloboPlay possui um tráfego de 20 milhões de usuários. A diretoria não discrimina, no entanto, qual o percentual dessa base é composta por assinantes, mas indica que a maioria dos acessos ainda acontecem na área gratuita da plataforma – que permite a visualização de trechos de novelas e programas da casa, permeados com inserções publicitárias.
Para incrementar a base de assinantes, a empresa promete equipar o GloboPlay com 100 séries internacionais até o final de 2019, além de dar continuidade à produção de conteúdo exclusivo para a plataforma, como foi o caso de Assédio e Ilha de Ferro. A abertura da plataforma ao conteúdo estrangeiro começou em agosto deste ano, com a chegada ao cardápio de “The Good Doctor”, que foi acompanhada de uma estratégia de marketing que usou a vitrine da Globo como divulgação – os dois primeiros episódios da série foram exibidos na Tela Quente, com o anúncio de que o conteúdo estava disponível no GloboPlay. “Nos quatro dias seguintes à exibição de The Good Doctor na Tela Quente, tivemos oito vezes mais vendas de assinaturas da plataforma do que na média dos dias anteriores. Foram os quatro melhores dias da história do GloboPlay”, contou Mesquita.
O executivo ainda não revelou os outros títulos internacionais que devem ser colocados ao lado de séries como House, Jenny, Dawson’s Creek, Killing Eve, Underground e outros conteúdos que já fazem parte da plataforma. As negociações, segundo ele, estão avançadas e as novidades devem ser acrescentadas no cardápio ao longo das próximas semanas.
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