Grupos de mídia perdem posições no ranking da Fortune 500
Faturamento de empresas como Disney e Time Warner cresce menos que a média de outras empresas e setores da lista
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Luiz Gustavo Pacete
4 de junho de 2018 - 8h12
Com a divulgação, na semana retrasada, do novo ranking das 500 maiores empresas da Fortune, foi apresentada uma nova configuração no que diz respeito ao desempenho financeiro dos grupos de mídia presentes na lista. A Netflix, que há alguns dias superou a Disney em valor de mercado, passando a ser a empresa de mídia mais valiosa do mundo, aparece no ranking, porém, listada como plataforma de tecnologia. Neste ano, a Netflix ficou na posição 261, substancialmente melhor que a atingida no ano passado: 314.
De acordo com análise de Marcelo Coutinho, coordenador do mestrado profissional em administração da FGV, a pedido de Meio & Mensagem, a nova configuração da lista reflete parcialmente o tumultuado processo de fusões e aquisições que tomou conta do setor nos últimos anos.
“As margens de crescimento apresentadas pelos grupos de mídia em faturamento podem ser consideradas até razoáveis se comparadas com setores como varejo ou transportes, mas estão distantes das apresentadas por empresas do setor de tecnologia como Apple, 21%, Facebook, 39,2% e Google, 30,1%”, diz Coutinho.
Esse movimento é também um reflexo da diminuição da lucratividade das empresas, analisa Coutinho. Considerando as cinco maiores na lista – Disney, Time Warner, 21 Century Fox, CBS e Viacom – há uma queda de, em média, 25% há cinco anos para 15% em ganhos. “É sintomático que as empresas de mídia ‘pure-play’, ou seja, veículos, estejam no olho do furacão deste processo. Além dos recentes movimentos ao redor da fusão da CBS com a Viacom, a NBC foi adquirida pela Comcast no início da década e o processo de compra da Time Warner pela AT&T segue nos tribunais”, diz.
A exceção, segundo Coutinho, fica com a Liberty Media e a Live Nation. “No primeiro caso, grande parte da melhora do resultado pode ser atribuída à aquisição dos direitos da F1, em janeiro de 2017, que trouxe uma receita estimada de U$ 1,7 bilhões para a empresa, com uma margem, somente na F1, de 21,9%.”
“Já a Live Nation, além de controlar a TicketMaster e promover os shows de centenas de artistas, controla os direitos de publicidade em mais de 220 arenas e casas de espetáculos”, afirma Coutinho.
Veja a posição na lista e a variação de receita de cada uma das empresas de mídia listadas na Fortune 500:
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