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Indústria da TV vive revolução histórica

Estudo do The Boston Consulting Group identifica tendências que estão reformulando o mercado de televisão nos EUA e suas implicações


12 de abril de 2016 - 14h35

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Otávio Dantas, do The Boston Consulting Group

Vídeo online. Se existe um responsável pela mudança radical vivida pela indústria da televisão, é ele. É o que mostra um estudo inédito realizado pelo The Boston Consulting Group e divulgado em primeira mão pelo Meio & Mensagem. O levantamento indica que a indústria da televisão passa pelas mudanças mais significativas de sua história e cruciais para determinar seu futuro. Apesar de estar focado no mercado americano, o estudo antecipa o que deve acontecer também no Brasil.

De acordo com a pesquisa, os vídeos online deram aos espectadores a possibilidade de assistir o que eles querem e quando querem e, algumas vezes, isso exclui a TV como opção. Neste cenário, programas como noticiário, esportivos e de entretenimento, em geral, estão se esforçando para continuarem relevantes. Ainda de acordo com o levantamento, “as TVs por assinatura estão vendo seus pacotes ficarem para trás perante a várias opções disponíveis em streaming”. Segundo o levantamento, até 2018 a demanda por vídeos online, nos EUA, chegará próxima a 80% em aparelhos fixos – televisão e computador desktop – e próxima a 70% no tráfico móvel.

“O crescimento da quantidade de pessoas conectadas 24/7 à banda larga resultou na explosão de modelos alternativos de geração de conteúdo. Além de opções de altíssima qualidade, como por exemplo as séries originais do Netflix, observa-se muito conteúdo alternativo de baixo custo de produção, bem representados por Youtubers e Snapchaters, entre outros”, diz Otávio Dantas, da BCG.

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Do tempo em que a TV era uma das poucas opções…

A robusta infraestrutura de banda-larga necessária para suportar a demanda por vídeos online está disponível em vários países. Na América do Norte, 85% das casas estão aptas ao streaming e projeções apontam que 96% estarão prontas até 2017. A Europa vem logo atrás, com 74% esperados para o mesmo ano. Até 2017, o número de tablets e de aparelhos em geral conectados à internet chegará próximo a 1 bilhão no mundo. O streaming é visto como uma ameaça direta à TV tradicional.

Nos EUA, o tempo total que as pessoas passam assistindo televisão caiu marginalmente 1% de 2013 até 2014. O tempo que as pessoas passam assistindo televisão online aumentou 50% no período de 2013 a 2014. A fatia de visualizações de conteúdos não-lineares é estimada em torno de 20% nos EUA, mas esse indicador deve passar os 40% até 2018.

Nos EUA e no Reino Unido, cerca de 40% das séries televisivas são assistidas em modelos não-lineares, ou seja, fora dos canais de TV convencionais, que limitam dias e horários de transmissão. Nem todos os tipos de conteúdos audiovisuais passam por essa transformação. Jornais e programas de esporte, por exemplo, continuam tendo força na TV convencional.

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…para a época em que ela passou a ser uma entre dezenas

No entanto, conteúdos de entretenimento, em geral, aproximam-se de 50% de suas visualizações em modelos online e transmissão de grandes eventos por streaming tem se tornado comum. Criadores de conteúdo e detentores de direitos autorais estão gradualmente ganhando espaço: eram 33% em 2010 e foi para 36% de fatia de mercado em 2014.

O ecossistema on-line e mobile também muda a forma como o conteúdo atinge os telespectadores, e a visualização on-demand fez com que o horário fixo, da programação linear de televisão, pareça obsoleto. A televisão deixou ser um ecossistema evolucionário para ser revolucionário.

 

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A evolução das plataformas audiovisuais

“Como sobreviver a uma transformação como essa, sem precedentes para a indústria? As emissoras da TV precisam colocar o consumidor no centro da estratégia e transformar seu modelo de negócio, alavancando ativos como o direito sobre transmissão de conteúdo exclusivo como eventos esportivos, para ocupar lacunas onde efetivamente apresentam um diferencial competitivo”, conclui Dantas.

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