Leitores de jornal migram para online

Nathalie Ursini
21 de agosto de 2012 - 12h47

Durante a palestra Medição e Otimização da audiência web do IX Congresso Brasileiro de Jornais, realizado pela Associação Nacional dos Jornais (ANJ) em São Paulo, profissionais do mercado discutiram a participação dos leitores via web e a forma de otimizar resultados de buscas.

De acordo com Roberto Lobl, diretor regional Target Grupo Index para a América Latina, 79% da população lê jornal via web. Já 70% acessa blogs e posta conteúdo na internet. A forma como o leitor vem se posicionando perante aos veículos é muito mais participativa do que antes.

Outro fator discutido foi a fidelização dos leitores internautas. De todos os que lêem jornais pela internet, metade lê apenas um por mês. "Nesse caso é a fidelização à uma marca. Percebemos que esses leitores são em sua grande maioria mulheres e jovens", conta Lobl.

Ainda de acordo com dados apresentados por ele, 1.800 milhão de leitores offline passam a ter acesso a smatphones. "Vemos que as ferramentas online são importantes para estreitar a relação e o engajamento do leitor para criar mais afinidade", analisa. Sobre a audiência nos dois meios – impresso e digital – Lobl conta que a metodologia de pesquisa é perguntar às mesmas pessoas sobre o acesso a tal veículo pela internet e a leitura do papel.

SEO
Na apresentação de Julio Cesar Gomes Duram, diretor de concepção e interface de produtos do UOL, o assunto principal foi a importância da utilização do SEO (otimização dos mecanismos de buscas). De acordo com o diretor, quem faz melhor a geração de conteúdo aparece em primeiro lugar nas buscas. "Otimizar páginas significa criar conteúdo para as pessoas (e não para os indexadores) que vão remeter a cliques e consequentemente a prestígio", afirma.

Duram conta que a geração de tráfego tem apenas um objetivo: atrair mais leitores. Mas que isso pode ser feito atravé de vários meios. "O compartilhamento nas redes sociais tem sido levado em consideração para os sistemas de buscas no momento de fazer o ranking das notícias", explica. Ou seja, quanto mais compartilhamentos via Twitter e Facebook, ou até mesmo curtir na publicação, mais relevante o buscador vai considerar tal página e colocá-la à frente de outras buscas.

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Para Pedro Martins Silva, presidente executivo do Instituto Verificado de Circulação (IVC), as mudanças de hábito dos leitores têm se modificado muito rápido, sem que haja tempo para analisar as informações de maneira mais profunda, para que seja possível compreender tal fenômeno e armar estratégias para o meio. "A preocupação com audiência é muito grande, mas não conseguimos analisar tudo. A posse de um smartphone, por exemplo, não significa que a pessoa vá usar para acessar conteúdo dos jornais", comenta.

O moderador do debate Afonso Cunha, diretor executivo do Grupo Lance e diretor do Comitê Mercado Leitor da ANJ, finalizou o painel com um grande desafio: "Precisamos encontrar uma metodologia eficiente para mensurar a audiência total de um veículo. Isso é importante para nossa apresentação perante o mercado".