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Malu Borges: das plataformas à própria agência digital

Criadora de conteúdo iniciou carreira em plataformas como TikTok e Instagram e, agora, inaugura a Nextgen, agência digital voltada à geração Z


27 de agosto de 2024 - 6h01

“Essa aí é a Malu Borges?”. O bordão e os conteúdos de moda e beleza de Malu Borges caíram na graça dos usuários das redes sociais.

No TikTok, ela acumula quase 6 milhões de seguidores e mais de 200 milhões de curtidas. Já no Instagram, conta com uma comunidade de 2,6 milhões de pessoas.

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Malu Borges inaugura sua agência digital, Nextgen (Crédito: Divulgação)

Seu alcance chegou ao mercado anunciante e, hoje, Malu é parceira de marcas como C6 Bank, Zara, Cimed, L’occitane, Tresemmé, entre outras.

Agora, ela dá mais um passo em sua carreira aliando a criação de conteúdo aos negócios com a Nextgen, uma agência digital com foco nas transformações digitais e mudanças comportamentais da geração Z. Para o segundo semestre, prepara ainda o lançamento de uma marca proprietária.

A Nextgen tem sede no Rio de Janeiro e Malu como cofundadora. Entre os sócios estão sua mãe, Márcia Borges, Phillipe Angeli e Rayane Almeida. O objetivo do negócio é auxiliar os creators em suas estratégias digitais frente ao cenário atual das redes sociais e já conta com agenciados como Manu Cit, Paula Saric e Adriana Saric.

Ao Meio & Mensagem, Malu Borges comenta o que levou à criação da agência, peculiaridades da geração Z nas plataformas e ressalta a importância do foco na criação de conteúdo e cocriação com marcas:

Meio & Mensagem – De onde surgiu a necessidade, ideia, de inaugurar uma agência digital mirando as próximas gerações?

Malu Borges – Como criadora de conteúdo, fui me descobrindo muito nesse mundo e passei por várias agências, e trabalho ainda com muitas delas, mas eu sentia falta desse lado da criação de conteúdo em si. Hoje, eu trabalho com várias agências que são incríveis, mas que não tem dentro delas uma parte específica que ajuda o criador de conteúdo a, de fato, criar o conteúdo. É algo que eu realmente fazia mais com o meu time, e queria uma agência que me proporcionasse isso. Esse foi o primeiro pontapé e insight para passar isso para outras pessoas.

M&M – Na sua visão, as agências têm conseguido conversar com a geração Z, por exemplo? Há algo que falta ser feito?

Malu – Não é nem uma falta, acredito que o foco esteja em outro lugar. As agências, querendo ou não, foram andando de acordo com o mercado. Quando ele migrou da televisão para Internet, virou a “publicidade da Internet”. Enxergo que hoje está tudo muito voltado para isso. Eu sinto falta da criação do conteúdo para fortalecer a comunidade, para criar vínculo, e como consequência, isso ter alcance e visibilidade. Às vezes estão focando mais nesse outro lado, do alcance, da visibilidade e da publicidade, e esquecem o que, para mim, é o mais importante, que é o contexto do que está sendo feito, da própria publicidade que está sendo criada, e da verdade naquilo. É preciso deixar tudo muito bem preparado e estruturado para aquele criador. E, aí sim, vem os frutos disso.

M&M – Então, quais são as estratégias para deixar marcas e creators preparados para esse novo momento?

Malu – Quando temos um novo agenciado nosso caminho é entender o universo e a comunidade dele, e estabelecer junto dele como vamos trabalhar sua imagem, aonde ele quer chegar. Primeiro precisamos preparar o agenciado e as redes dele, entender quais tipos de conteúdo ele quer fazer. Aí, entram as publicidades que ele consegue trabalhar e as marcas com quem terá feat para se conectar. Quando eu começava a trabalhar com uma agência, choviam trabalhos, mas comecei a pensar o porquê estava me conectando com as marcas, que tipo de conteúdo eu criaria com elas, qual seria a imagem que eu estaria criando. Focar no criador de conteúdo como uma marca antes da publicidade em si. Acredito que esse seja o mais importante para conseguir se conectar com a geração Z.

M&M – Com uma avalanche de conteúdos nas redes sociais, como é possível atrair a atenção dos usuários? Qual o papel da criatividade nesse sentido?

Malu – É um mercado completamente lotado — um mar de conteúdo e pessoas criando conteúdo. Além disso é um lugar muito saturado. As pessoas estão cansadas da publicidade e isso fica cada vez mais escancarado, e elas ficam cansadas de conteúdo orgânico. É muito difícil. E por isso, mais uma vez, voltamos para a parte de criação de conteúdo, de fortalecimento de comunidade, e criativa mesmo. Até troca muito esse termo de “influencer”. Hoje em dia, me vejo como criadora de conteúdo. Eu penso no conteúdo que eu vou desenvolver. Essa era de influenciadores já está começando a caminhar para uma diminuição. Realmente, agora, quem consegue ficar no mercado com força, estar cada vez mais inovando, trazendo alguma coisa nova que as pessoas realmente gostem de assistir, vão ser criadores de conteúdo. Isso tudo envolve autenticidade, conexão, verdade.

M&M – E em um cenário em que conteúdos são muito efêmeros, quais os caminhos para que os criadores criem, de fato, seu legado nas redes e junto ao público?

Malu – Realmente criando uma comunidade, se entendendo e entendendo o conteúdo. Quando eu olho para as minhas redes e tudo que fui construindo até aqui, eu sinto a força do conteúdo que eu criei e fui até mesmo descobrindo junto com o meu público o propósito daquilo. Quando comecei a criar os vídeos dos meus looks, eu não pensava que ensinaria para várias meninas novinhas que elas podem vestir o que elas quiserem, ou até para mulheres mais velhas. Lá atrás, eu não me peguei pensando nisso, mas fui descobrindo o propósito por trás e o legado que eu fui deixando. Hoje eu consigo enxergar isso. O mais importante é quem o criador é, qual o tipo de conteúdo que faz e o caminho que quer seguir. É preciso entender isso antes de querer ganhar muito dinheiro na Internet e trabalhar com as melhores marcas.

M&M – Qual é a importância da liberdade criativa para creators ao trabalhar com marcas? Como escolhe suas parcerias?

Malu – Hoje eu sinto que eu tenho uma carreira consolidada, mas, mesmo assim, a nossa maior dificuldade é mostrar para as marcas que a gente sabe o que está fazendo. As próprias marcas têm um time com a publicidade na cabeça muito forte. Muitas vezes, querem de alguma forma ser orgânicos, comunicar com a geração Z, sair da publicidade. Mas, na prática, continuam com o viés publicitário. Esse momento de transição é pior até do que a “publicidade por publicidade”. Eu gosto muito de participar das reuniões, explicar para a marca minha visão e que eu gosto de cocriar com elas, porque o meu objetivo é o mesmo do deles. É trazer também venda no final das contas, todas as marcas querem vender.

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