Marcas e plataformas investem mais em vídeos curtos
Especialistas em redes sociais e mobile afirmam que tempo, conteúdo, acessibilidade e conexão com os consumidores são pontos diferenciais do formato
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Amanda Schnaider
25 de julho de 2019 - 13h13
O aumento da qualidade de conexão, a alta na oferta de conteúdo e a multiplicação de formatos de vídeos curtos em várias redes sociais vêm proporcionando uma aposta crescente de marcas e plataformas nos chamados micro movies. YouTube, Facebook, Instagram e Pinterest são alguns exemplos de plataformas que vêm aprimorando suas ferramentas de vídeo.
Recentemente, o Facebook e o Instagram habilitaram para os brasileiros a opção de colocar música nos Stories e, em maio, anunciaram a liberação dos vídeos horizontais no IGTV, plataforma do Instagram que, até então, era exclusiva para vídeos verticais. Já o Pinterest, anunciou recentemente a adoção de novos recursos em vídeo para conectar marcas e consumidores.
De olho nesse movimento, marcas e influenciadores estão apostando e investindo cada vez mais na produção de conteúdo nesse formato. Segundo um relatório divulgado pelo Facebook, o Instagram possui cerca de 500 milhões de usuários diários dos Stories e 2 milhões de anunciantes que investem em vídeos verticais. A crescente quantidade de oferta em vídeo, no entanto, levanta uma discussão sobre o atual momento e para aonde vai a tendência dos vídeos curtos.
Esses formatos estão em fase de crescimento, de acordo com Diogo Severo, fundador da 1Quarto, produtora gaúcha especializada em vídeos para mobile. “Lembro que no início do Facebook era muito texto e pouca foto, e agora tem mais vídeo porque o audiovisual está mais acessível e bem mais fácil de ser consumido”, reforça. Mariana Sensini, head de operações Latam do Pinterest, concorda com Diogo e afirma que o volume de visualizações de vídeos no Pinterest também apresenta crescimento. “Os vídeos curtos que geram uma possibilidade na vida real, são os que têm melhor distribuição, pois criam menos dispersão e funcionam como um bookmark de ideias para serem realizadas futuramente”, comenta Mariana.
Produção e narrativa
Tanto Diogo como Mariana e Inaiara Florêncio, diretora de Social Media da SunsetDDB, analisam que o tempo de consumo é um diferencial desse formato de vídeo em relação a outros mais longos. “Os vídeos são muito necessários na comunicação digital e o vídeo curto tem a possibilidade de ser reproduzido quando se espera um ônibus ou coisa do tipo”, afirma Diogo, que ainda diz que é preciso se adaptar ao comportamento das pessoas.
Entretanto, esse diferencial também pode se tornar um desafio, pois segundo Inaiara “é preciso explorar muito bem o tempo e a criatividade para passar a mensagem de forma rápida”. Já para Diogo, a principal desvantagem desse formato não é o tempo, mas sim o desafio de passar uma informação mais densa e também a mensuração.
Além do tempo, a produção e a narrativa devem ser bem pensadas para que o conteúdo desses vídeos se tornem atrativos. “Mesmo sendo um vídeo rápido é importante que tenha uma narrativa com começo, meio e fim. O principal desafio é prender a atenção do usuário nos primeiros segundos”, afirma a diretora de social media da SunsetDDB, reforçando que é preciso entender o comportamento do usuário para captar qual é o melhor momento para usar vídeos curtos e entender a plataforma, pois cada uma possui uma cultura diferente.
A Head of Growth Operations Brasil e LATAM do Pinterest, concorda com Inaiara no ponto de que esses vídeos devem chamar a atenção dos usuários logo de cara e acrescenta que eles não podem depender do áudio. “Muitos vídeos são reproduzidos no feed dos usuários com o som desativado. Por isso, use sobreposição de texto ou legendas para dar seu recado sem precisar do áudio”, completa.
Marcas e criadores
A social media da SunsetDDB comenta que apesar de algumas marcas já estarem olhando para esse formato com outros olhos, ainda há muito o que se explorar. ”Diversas marcas têm utilizado como “teasers” de conteúdo, mas ainda há muito que se explorar na criação de editorias e always on. Creators têm explorado isso de forma mais orgânica e nativa e podem ser inspiração”, completa Inaiara.
Diogo também acredita que algumas marcas estão apostando no formato para produção de conteúdos. “Quando os stories começaram as pessoas estavam meio com o pé atrás e o mesmo acontece com os vídeos curtos, mas acredito que há muitas marcas apostando nessa vanguarda e entrando nesse formato”, completa o produtor. Reforçando esse pensamento, Mariana, do Pinterest, afirma que algumas marcas, como Leroy Merlin, Carrefour e Renner já estão utilizando o formato dentro da plataforma.
Mobile impulsiona demanda por micro movies
O futuro
“Acredito que é o formato de micro vídeo continuará sendo uma tendência. As pessoas passam cada vez mais tempo em seus celulares e o vídeo traz mais proximidade no conteúdo. Mas ainda há muito para se construir nesse sentido”, comenta Inaiara. Além disso, ela afirma que é importante criar conteúdos que façam sentido dentro da jornada do consumidor, de forma não invasiva”. O fundador da 1Quarto concorda com a opinião de Inaiara, “o mercado está vivendo esse momento agora, porém sinto que eles demoraram para perceber que as pessoas consomem conteúdo pelos próprios celulares”, conclui.
Já Mariana comenta que o objetivo do Pinterest é “continuar incentivando marcas e usuários a gerar conteúdo de vídeo, em diferentes formatos, durações e de diferentes temas”, e acrescenta que isso faz parte de um movimento de incentivo ao uso dos vídeos na plataforma.
*Crédito da imagem no topo: NickyLloyd/iStock
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