O dia em que a internet virou um #bar
A hashtag, popularizada pelo designer Chris Messina, completa 10 anos como linguagem e forma de conectar pessoas a discussões
A hashtag, popularizada pelo designer Chris Messina, completa 10 anos como linguagem e forma de conectar pessoas a discussões
Luiz Gustavo Pacete
24 de agosto de 2017 - 7h38
Há dez anos, nascia uma forma de comunicação que mudou para sempre a dinâmica dos grupos nas redes sociais. Foi em 2007 que o designer americano Chris Messina publicou um tuíte que revolucionaria a forma de conexão das pessoas. A primeira hashtag (#barcamp) foi tuitada em 23 de agosto de 2007 e, ao longo dos anos, o símbolo evoluiu de um mecanismo para marcar ou categorizar tuítes de uma forma divertida.
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O uso da hashtag se disseminou no Twitter e extrapolou a plataforma. No último mês, foram publicadas 125 milhões de hashtags por dia no microblog globalmente, de acordo com a própria plataforma.
Ana Brambilla, jornalista e pesquisadora de mídias sociais, lembra que a primeira hashtag simbolizou a reunião de pessoas ao redor de um interesse comum. “A hashtag transformou as redes sociais num constante barcamp, uma conversa informal como num bar, onde as pessoas vivem uma espécie de imersão como num campus de uma universidade ou num camping para se divertir. Essa ‘legalzice’ da hashtag reflete o espírito dos pioneiros nas redes sociais: grupos que, em sua maioria, buscavam debates produtivos e expansão dos conhecimentos ao redor de tópicos específicos”, diz Ana.
Ana reforça que, com o tempo, no entanto, a hashtag foi apropriada para usos como promoções comerciais, militância e spam. “Hoje em dia, se tu quiseres que teu post no Instagram receba uma chuva de likes de bots e spammers, basta usar várias hashtags! Por essa razão eu enxergo a hashtag atualmente muito mais como uma etiqueta pessoal que se coloca a qualquer conteúdo para auxiliar na interpretação do seu tom (#ironia, #cansei, #socorro, #WTF)”, diz Brambilla.
Cassio Lopes Filho, CCO da Purple Cow, considera que hashtag é passado e oportunidade ao mesmo tempo. “É popular e usada em 90% das campanhas atuais. Também é uma ferramenta que nunca deixou Brasil e Japão tão juntos, ela reúne pontos de vista, projetos, ideias e até concursos com milhares de seguidores 24/7.”Segundo Lopes, a reputação da hashtag, no entanto, “anda mais pra lá do que pra cá pra muita gente”. “Mas não deixa de ser mais uma grande oportunidade para novas e boas ideias reunirem pessoas sobre o mesmo assunto, sejam ideias de uma causa independente, seja de uma nova marca.”
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