O que esperar para o TikTok em 2021?
Com chegada de formatos de anúncio no Brasil, TikTok tende a ganhar mais adesão das marcas
Com chegada de formatos de anúncio no Brasil, TikTok tende a ganhar mais adesão das marcas
Thaís Monteiro
4 de janeiro de 2021 - 6h00
O ano de 2020 foi decisivo para o crescimento do TikTok no mundo, especialmente para o engajamento das marcas no aplicativo. Elas se fizeram presentes em conteúdo em suas páginas, com criadores de conteúdo e nos novos formatos de mídia para anúncios. De acordo com especialistas consultados pela reportagem do Meio & Mensagem, as perspectivas são de que a plataforma da Bytedance ainda ganhe espaço estratégico no plano de mídia dos anunciantes conforme ela expanda seus recursos no Brasil e seja bem sucedida em desafios, como o investimento de redes maiores em recursos similares.
O ano de 2021 já reserva alguns avanços para a rede social em termos comerciais. Nos últimos meses de 2020, o TikTok introduziu suas primeiras soluções de mídia no Brasil. Algo esperado desde junho, quando a Bytedance comunicou a criação do TikTok for Business, uma plataforma para marcas que visa auxiliar anunciantes e agências a produzir e gerenciar publicidade no aplicativo. Até então, o TikTok não apresentava formatos de anúncios para marcas.
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Apesar dessa boa notícia para o mercado, os anunciantes não esperaram tais formatos para se tornarem ativos na rede social em seu momento mais acessado em decorrência da pandemia, conforme conta Sérgio Brotto, diretor executivo de mídia da Ampfy. “Os mais inovadores tem perfil e já estão produzindo conteúdos proprietários”, diz. Segundo o executivo, o caminho que trilha o TikTok é sólido e o aplicativo vem ganhando share de investimento do mercado. “Em 2021 vamos ver as marcas e audiência aumentando cada vez mais a presença na plataforma”, prevê.
Mesmo o Instagram apostando em ferramentas muito semelhantes aos do app chinês, assim como fez com o Snapchat, Brotto acredita ser mais improvável que o a rede social do Facebook venha a suceder na neutralização do concorrente tendo em vista sua consolidação no gosto popular.
Estratégia das marcas
Dentre as vantagens sobre o uso estratégico do TikTok pelos anunciantes, um ponto ressaltado pelos executivos foi o fácil diálogo com o público mais jovem e adulto que logam na plataforma frequentemente. De acordo com Rick Nelson, CRO da Squid, 90% dos usuários acessam o aplicativo diariamente. Além disso, ele indica que a plataforma tem uma linguagem voltada para o entretenimento, tipo de conteúdo que retém a atenção do público. ” “Acredito que o TikTok seguirá crescendo aceleradamente em 2021 e será fundamental na estratégia de quem busca se comunicar com o público jovem. É um espaço extremamente propício para as marcas se inserirem de maneira estratégica e relevante”, descreve.
Na opinião de Vicente Varela, chief data & media officer da Lew’Lara\TBWA, o TikTok proporciona relevância ao tempo das pessoas, com seus formatos curtos e relevantes, “de modo que respeita o maior KPI da atualidade: o tempo”, afirma. “O foco aqui é o território e o contexto, e não a classificação demográfica. Por essa razão, a implementação estratégica pautada entre contexto e linguagem é a matriz a ser seguida para se atuar na plataforma”, propõe Varela.
Nesse contexto, Varela considera importante usar formatos originais da plataforma para criar conteúdo nativo, acrescentando na experiência do usuário e não visando impacto publicitário. “O mais importante é entender que o TikTok não é mais um canal de distribuição de campanha”, diz.
Outra forma de se fazer presente de forma mais nativa no TikTok é através do uso de influenciadores da plataforma, que se tornaram conhecidos pelo apelido “tiktokers”. Para Isabella Nascimento, gerente de planejamento e estratégia na Samyroad, a inserção do TikTok na estratégia de conteúdo com influenciadores digitais vem se tornando algo cada vez mais presente no discurso das marcas. Isso, segundo a executiva, foi reforçado em 2020 com o crescimento da audiência, o que levou os anunciantes a expandirem seu foco além do Instagram e YouTube.“Em 2021, o conteúdo em vídeo representará 80% de todo o tráfego da internet. Construir uma comunidade de influenciadores dentro do aplicativo, oferece às marcas uma maneira de tornar sua marca viral, criando interações com a audiência por meio de challenges, hashtags e lives que bombam na plataforma e provocando conteúdo espontâneo a ser criado e compartilhado pelos próprios usuários. O conteúdo criado pelos influenciadores trazem mais engajamento que o conteúdo criado pelo próprio canal da marca”, argumenta.
**Crédito da imagem no topo: Kon Karampelas/Unsplash
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