DE 26 A 29 DE FEVEREIRO DE 2024 I BARCELONA – ESP

Opinião

A indústria de satélites conseguiu de novo

Indústria de satélites está aumentando as suas soluções de conectividade, transmissão de dados e conteúdos audiovisuais


8 de março de 2024 - 13h58

O MWC 2024 de Barcelona, a mais importante feira de tecnologia de telecomunicações do mundo, foi o cenário em que foi confirmado que a indústria de satélites está aumentando as suas soluções de conectividade, transmissão de dados e conteúdos audiovisuais para milhões de pessoas em todo o mundo e agora com uma nova revolução que já está acontecendo.

No contexto da conectividade, a indústria de satélites está causando impacto graças ao auxílio das constelações de órbita baixa (LEO) e às suas diferentes implementações, tais como mobilidade, IoT, backhaul e serviços fixos para utilizadores finais.

Atualmente, estes tipos de constelações de satélites estão sendo lideradas pelas chamadas megaconstelações. Essa qualificação é dada pela quantidade de satélites que planejam lançar ao espaço que, em todos os casos, é da ordem dos milhares. As propostas prometem a tão esperada “Conectividade Global”.

Cada uma delas está em diferentes etapas: ancoragem, planejamento, implantação e operação, mas são unificados por um único propósito: oferecer cobertura total de internet em qualquer lugar do mundo, sendo o único requisito exclusivo para o usuário ter visibilidade do céu sem obstruções.

Evolução pura

A implementação do 4G e do 5G no mundo gerou, sem dúvida, mudanças e avanços significativos para a economia digital, com impactos concretos nas comunidades. Agora, os principais fabricantes de tecnologia já estão falando sobre o futuro nesta área, e é aí que surge o 6G.

O 6G busca aumentar a instantaneidade, aumentando ao extremo a velocidade de transferência de dados. Este recurso permitiria também implementar a utilização da IA: entre as centenas de utilizações possíveis, uma delas é, por exemplo, tomar decisões complexas dentro de redes, o que, mais uma vez, faz parte de tudo o que atualmente rodeia.

Nesta edição do MWC, as IAs (inteligências artificiais) foram protagonistas. Cerca de 10.000 empresas tecnológicas de todo o mundo estiveram presentes apresentando as suas soluções e ideias sobre o futuro e ficou claro a grande variedade de utilizações práticas que permite melhorar a qualidade de vida das pessoas.

No entanto, é interessante observar como o 6G não conseguiu gerar a euforia causada pelo seu antecessor, considerando os resultados e benefícios obtidos mesmo com as IAs revolucionando o horizonte das expectativas da indústria. É evidente que a tecnologia 5G ainda tem muito mais a oferecer e será, sem dúvida, um dos motores do desenvolvimento da América Latina nos próximos anos.

Direto para o dispositivo

Uma das utilizações mais promovidas no MWC2024, despertando muito interesse, tem sido o caso da “mobilidade” graças ao D2D (Direct to Device), cujo principal objetivo é fornecer conexão direta das constelações de satélites a telefones móveis dos usuários finais.

Dentro dessa categoria, podemos identificar dois grandes caminhos tecnológicos: aqueles que propõem a utilização de telefones celulares sem modificações, o que implica coordenação/acordos para a utilização de bandas de espectro padrão que são utilizadas pelos operadores móveis terrestres e, desta forma, minimizar possíveis interferências; e, por outro lado, aqueles que querem evitar esta coordenação e propõem a utilização de novas bandas de frequências dedicadas a este tipo de serviços, evitando assim possíveis problemas de interferência terrestre, mas é necessário desenvolver novos dispositivos móveis que acrescentem a possibilidade de operar nessas bandas.

Em conclusão, a indústria de satélites conseguiu de novo. Tal como aconteceu há duas décadas com a TV por satélite, que foi a melhor solução para fornecer conteúdos em todo o lado de forma rápida e eficaz. Com o tempo, a tecnologia de satélite continua sendo essencial em grande parte do mundo e, especialmente, na América Latina, com geografias diferentes, extensas e complexas. Sem dúvida, esta tecnologia será a protagonista dos próximos anos, tornando realidade a tão desejada “Conectividade Global”.

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