TV pública: uma promessa democrática de inclusão, conhecimento e justiça
Seu foco não está no consumidor, mas no cidadão; não está no produto, mas no conteúdo; não está na rentabilidade, mas na relevância
TV pública: uma promessa democrática de inclusão, conhecimento e justiça
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BuscarSeu foco não está no consumidor, mas no cidadão; não está no produto, mas no conteúdo; não está na rentabilidade, mas na relevância
A televisão pública não existe para disputar audiência, vender produtos ou agradar governos. Existe porque a democracia exige mais do que o voto: exige formação, reflexão e representatividade. É esse compromisso com o bem comum que dá sentido à sua existência.
Em sua essência, a TV pública é um serviço de comunicação voltado para a cidadania. Sua missão é informar com isenção, educar com profundidade, entreter com qualidade e representar com equidade. O foco não está no consumidor, mas no cidadão. Não está no produto, mas no conteúdo. Não está na rentabilidade, mas na relevância.
No cenário atual, as empresas que se destacam são aquelas que compreendem a importância de alinhar suas marcas aos anseios da sociedade. Cada vez mais consumidores e investidores escolhem empresas que defendem causas autênticas, que comunicam propósito e que assumem compromissos reais com o bem-estar social.
A televisão pública não é um luxo, mas uma necessidade democrática, ela ocupa o espaço da consciência cidadã. Nesse território simbólico e institucional, ganha forma uma comunicação que pertence a todos, acessível a cada um, e comprometida com a construção de um país mais justo e informado.
A TV pública do presente e do futuro não pode mais ser entendida como um canal, mas como uma plataforma viva e multifacetada. Ela deve ser televisão, mas também livro, revista, cinema, teatro, rede social, aplicativo. Deve estar na tela grande da sala, no celular do transporte público, no fone de ouvido do estudante, no palco da escola, na biblioteca da comunidade. Precisa combinar formatos, integrar linguagens e expandir seus territórios simbólicos e físicos. Deve habitar todos os lugares onde o conhecimento circula e onde a cultura floresce.
Cada nação organiza sua televisão pública à sua maneira, mas em todos os modelos bem-sucedidos — como o britânico, o francês, o alemão e o norte-americano — há pontos em comum: compromisso com o interesse público, independência editorial, diversidade cultural e sustentabilidade institucional.
A televisão pública não é um adorno. É parte do núcleo vital de qualquer projeto democrático maduro. É por meio dela que uma sociedade se vê, se escuta e se compreende em toda sua diversidade. É ali que surgem os sotaques esquecidos, as histórias ignoradas, os saberes locais, os debates que importam e que muitas vezes não geram lucro — mas geram pertencimento e consciência coletiva.
Num mundo dominado por plataformas algorítmicas, redes sociais polarizadas e conglomerados midiáticos que concentram a produção simbólica, a televisão pública representa o espaço do comum. É o território onde o plural pode conviver, onde o contraditório pode se expressar, onde o conteúdo não é regido por cliques, mas por valores.
É também, e sobretudo, um instrumento de justiça cognitiva: oferece acesso equitativo ao conhecimento, cria oportunidades para o pensamento crítico e forma cidadãos mais livres, mais autônomos e mais comprometidos com o bem coletivo. Esse é o seu papel e a sua promessa.
Defender a televisão pública é defender a imaginação coletiva de um país, é proteger a memória ativa de sua cultura e é garantir um futuro compartilhado, diverso e democrático. Porque sem uma mídia que reflita o todo, o que se projeta é um espelho quebrado — onde poucos se veem e muitos são silenciados.
A televisão pública não pode ser tratada como um resquício do passado. Ela é uma instituição de futuro, capaz de resistir ao ruído e à superficialidade com conteúdo que emancipa, conecta e transforma. E para isso, precisa seguir em movimento, reinventando suas formas, atualizando seus modos e expandindo suas conexões com os territórios reais e digitais do país.
Ela é, por fim, uma escolha de sociedade. E cabe a todos nós — cidadãos, gestores, educadores, artistas, cientistas, publicitários, comunicadores — assegurar que essa escolha continue sendo feita, todos os dias.
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