Pyr Marcondes
9 de outubro de 2019 - 7h12
Muito já se disse que marca é, de fato, um ativo intangível. Que tem evidentemente seu valor, um valor inclusive bastante tangível, diga-se, já que há métodos hoje adotados pelas bolsas de valores internacionais para avaliar economicamente o valor em ativos reais das marcas. No caso de algumas das grandes companhias de consumo, saiba, é esse o maior componente do seu market cap, ou seja, do valor de mercado negociado pelos investidores em bolsa.
Ainda assim, em essência, marcas são abstrações que habitam nossa cabeça. Orientam nossa vontade de consumir. Encantam ou desencantam.
Marca você não pega. Mas ela pega você.
Num mundo em que muitos passaram a, equivocadamente, imaginar que, pelo fato de termos hoje dados e mais dados de negócios e performance de comunicação e vendas, possivelmente acessáveis e utilizáveis a partir de plataformas tecnológicas, que seria então o racional que controla o consumo, sempre bom lembrar que, enquanto formos seres humanos, serão nossas emoções que comandarão nossos hábitos.
Marcas são sobre isso. Intangibilidades, abstrações, emoções, coisas quase sem sentido e carentes de lógica, que habitam nosso cérebro. E viram de ponta cabeça nosso coração.
Em brilhante artigo sobre o tema, que você pode e deve ler aqui, a articulista do Medium , Zander Nethercutt, defende a seguinte tese: “In this society of ultra-conscious consumers, successful brands will be those that make consumers feel the way they want to feel about themselves.”
Consciência é só uma máscara. Eu e você somos, em verdade, algo que habita e existe em outro ambiente. Que, de fato, comanda tudo.
Pra finalizar, uma frase da música Brain Damage, do Pink Floyd: “There´s someone inside my brain but it´s not me”.