ProXXIma e Tatiana Revoredo
29 de outubro de 2019 - 6h55
Por Tatiana Revoredo (*)
Um grande debate em torno de como Blockchain está reformulando o marketing e o mercado publicitário vem ganhando força mundo afora.
Mas, ao contrário do que muitos pensam, muitas empresas do mercado já têm buscado soluções blockchain para problemas de longa data, incluindo falta de transparência, fraude, privacidade do consumidor, dentre outros.
Nessa linha, eis alguns casos de uso de soluções blockchain no marketing e no mercado publicitário.
Visando conectar anunciantes, editores, agências, plataformas de publicidade e verificadores, a rede blockchain da Papyrus cria confiança, justiça e eficiência no mercado de publicidade digital.
Já a AdBank é uma plataforma blockchain criada para dar transparência a pagamentos entre anunciantes e editores; enquanto a “Adshares” usa blockchain para permitir que editores e anunciantes negociem diretamente usando um token disponibilizado na plataforma.
Por sua vez, uma solução blockchain que fornece transparência focada na velocidade de transação necessária para a mídia programática é a Ternio; uma solução blockchain que pode suportar o alto QPS da compra de mídia programática.
Além da transparência, algumas empresas têm se concentrado em buscar soluções blockchain para eliminar ou ao menos reduzir fraudes. Como exemplo, podemos citar:
AdEx – remove intermediários, fazendo transações de publicidade direta de anunciantes para editores.
Lucidity – Solução para reduzir fraudes e trazer mais transparência à publicidade digital.
XCHNG – Rede de blockchain aberta e unificada mitiga fraudes em tempo real usando contratos inteligentes.
Rebel Ai – focada em identidade, consenso e moeda para remover a falsificação de domínio.
Ainda, com a intensificação dos holofotes sobre a necessidade de respeito à privacidade dos consumidores, soluções blockchain também surgiram para ajudar os profissionais do mercado a enfrentarem tais desafios.
Datawallet – prevê um futuro de marketing no qual os consumidores retêm os dados sobre si mesmos em seus próprios dispositivos e controlam quem obtém os dados, o que dizem os dados e os compartilham em troca de compensação direta.
Killi – fornece aos anunciantes uma base de usuários primária 100% verificada, ativada e compatível com GDPR, enquanto ainda pode ser usada em qualquer plataforma global de compras ou dados.
SRAX’s BIGtoken – Permite que os consumidores possuam, verifiquem e vendam seus dados.
Pois bem, os primeiros protótipos foram construídos e são realmente bons em resolver o que soluções tradicionais simplesmente não conseguiam até então.
No entanto, como se cuida de uma tecnologia ainda em maturação, muita infraestrutura precisa ser construída para que sua utilização das estruturas blockchain comportem aplicações em larga escala.
Imagine que estamos há 10 anos atrás, mais precisamente em 10 de julho de 2008, quando a Apple App Store foi lançada com 500 aplicativos. Hoje, existem mais de 2,2 milhões de aplicativos na App Store, com mais de 197 bilhões de downloads até o momento, e são adicionados mais de 1000 novos aplicativos por dia, segundo o portal Business of Apps.
E conquanto este ainda seja o início de uma longa caminhada, o que não se pode negar é que blockchain já está impactando atores e consumidores do marketing e do mercado publicitário.
(*) Tatiana Revoredo é CSO na the Global Strategy, fundadora da Oxford Blockchain Foundation; Especialista em blockchain pelo MIT e pela University of Oxford.