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Diversidade também tem a ver com data de nascimento

Ser diretor de seja lá o que for não requer apenas talento, mas bons skills de liderança. Coisas que a gente pode até aprender em cursos e especializações, mas aprimora na vida.


2 de setembro de 2019 - 8h08

    Por Gabriela Hunnicutt (*)

    Mulheres, afrodescendentes, LGBTs. Essa pauta está dentro de todas as conversas hoje quando se fala em diversidade. Mas criar um ambiente diverso é muito mais amplo. Tem a ver com trazer para o jogo pessoas com menos oportunidades e maior dificuldade de aceitação. E isso, com certeza, inclui os profissionais 50+. Lembro de ouvir uma pessoa da minha família (que faz parte do mercado de propaganda) falar uma vez para minha mãe: “Ah, se a Gabriela não virar diretora de criação até os 30, a carreira dela acaba”. Até os 30? Sério?

    Pois bem, até ontem o mercado pensava assim mesmo. E chegou a hora de revermos seriamente esse conceito. Ser diretor de seja lá o que for não requer apenas talento, mas bons skills de liderança. Coisas que a gente pode até aprender em cursos e especializações, mas aprimora na vida. Não quero dizer que basta umas quantas décadas para alguém se tornar um bom líder. Tem gente que, simplesmente, não nasceu com essa vocação. E tudo bem.

    Mas indo além da direção e de liderança. Uma equipe formada por pessoas jovens e outras mais vividas é de uma riqueza ímpar. Enquanto o jovem atualiza o mais velho, o mais velho traz para o outro lado mais serenidade e clareza para a tomada de decisões, especialmente em assuntos críticos e delicados. O mais velho sente uma espécie de renascimento, pois passa a conviver com pessoas de outra geração e aprender novas coisas todos os dias. Botar o cérebro para fazer novas sinapses é a melhor forma de viver mais e melhor. Indo um pouco mais além, até de evitar doenças. Por outro lado, o jovem enriquece seu repertório observando comportamentos e atitudes diferentes das suas.

    Semana passada, abri uma vaga na empresa buscando especificamente mulheres 50+. Não foi só porque a Bold tem uma agenda forte de diversidade mas porque eu realmente aposto nesse mix de gerações. O que me chamou a atenção foi a quantidade de CVs que eu recebi de pessoas extremamente (tipo, extremamente mesmo) qualificadas pedindo “uma chance, por favor”. Minha nossa, eles deviam ser recebidos com tapete vermelho e não ter que pedir uma chance para mostrar o seu valor. Fiquei bastante comovida com essas mensagens e decidida a contribuir para reverter esse quadro.

    Então, já deixo aqui a minha primeira provocação: maturidade a gente não ensina. O resto das habilidades todas, a gente dá um jeito.

    (*) Gabriela Hunnicutt é sócia-fundadora e CEO da Bold

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