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O omnichannel é o caminho. Mas onde entregá-lo?  

Micheli Dim D’ippolito, CEO da UNPARK, startup focada na área de gestão de estacionamentos, fala sobre a importância de inovar na área e como o varejo pode se beneficiar disto


4 de outubro de 2019 - 7h28

 

 

Por Michele Dim D’ippolito (*)

Na área de transportes, é fácil associar o desperdício à ociosidade. É o caminhão que viaja vazio, o avião ou ônibus sem passageiros, todos queimando combustível desnecessariamente. Idealmente trabalhariam 24 horas em 7 dias da semana, sem paradas de manutenção. Sem dúvida um campo vasto para inovar. Mas e se lhe dissessem que até 25% da área construída de uma cidade como São Paulo, onde o metro quadrado é um dos mais valorizados do mundo, convive com uma ociosidade assustadora? Pois é este o cenário das garagens e estacionamentos traçado pela Unpark, startup da área de mobilidade urbana, não só da capital paulista, mas de praticamente todas as grandes cidades do país.

Para ilustrar melhor a questão e trazê-la para o varejo, vamos pegar o caso de um shopping center movimentado da cidade que tem uma área de 42 mil metros quadrados de estacionamento. Na melhor das hipóteses, ou seja, considerando que ele viva lotado, o estacionamento irá operar com cerca de 70% da capacidade total. Em um período que, novamente no cenário mais otimista, duraria 12 horas, isso significa que durante 12 horas, uma área de 12,6 mil metros quadrados está ociosa, sedenta por ocupação.

Não à toa, cidades e empreendedores do mundo inteiro têm se dedicado ao tema. O debate sobre as garagens é praticamente intrínseco ao conceito de Smart Cities. Um estudo recente do IoT Analysis aponta um potencial de investimentos globais de até US$ 3,8 bilhões em investimentos ligados à área de estacionamento até 2023. Entre os ganhos potenciais de curto prazo estão:

 

. otimização da logística nas grandes cidades. Em uma metrópole como São Paulo, veículos grandes não têm acesso a pequenos bairros. Criação de sistemas cross dockings mais eficientes e integrados às cidades resolveria boa parte dos desafios de transposição modal entre o first-mile e last mile;

. melhor aproveitamento dos centros urbanos, com espaços multiusos;

. sistemas de tarifas dinâmicos, conforme demanda e oferta, proporcionando economia aos clientes e maior ocupação dos espaços;

. geração de recursos para as administrações municipais, já que as redes de estacionamentos passarão a operar um volume maior.

 

Esses são só alguns exemplos do que é possível avançar na questão dos estacionamentos do futuro. Poderíamos ainda citar maior produtividade dos funcionários públicos, já que a necessidade de fiscalizar veículos estacionados irregularmente seria menor, ou então potenciais ganhos do mercado imobiliário, que teria à disposição áreas imensas para lançar novas opções de moradia ou trabalho.

Mas no futuro próximo, aquele que podemos vislumbrar nos próximos dois anos, a inovação tende a ser mais tangível, o que não significa ser menos disruptiva. Ao endereçar a necessidade de incentivar o adensamento populacional nas grandes cidades, levando em conta o custo mais alto de morar em regiões centrais, a questão do espaço se torna crucial. Tanto é verdade que multiplicam-se os lançamentos de imóveis com menos de 30 metros quadrados. Muitos desses futuros moradores não farão questão de ter um carro, o que tornará sua vaga de garagem ociosa. O que fazer? Por que não tentar um armário ou locker?

No varejo, onde a distribuição é um dos maiores desafios, por que não tentar um modelo mais descentralizado, com diversos pontos de entrega espalhados pela cidade? As grandes redes já entenderam que o conceito omnichannel é mais eficiente do que o foco apenas no ecommerce. A ofensiva da Amazon para ter pontos de contato com seus consumidores, pequenas lojas chamadas de Amazon Go, é um desses indícios. A meta é ter três mil unidades em três anos. Ou seja, pontos de entrega avançados e próximos dos consumidores. Assim, ganha a rede de varejo que ganha eficiência em sua estrutura logística, e, principalmente, o consumidor, que se beneficia de um formato mais acessível e eficiente do que a espera por mais de 48 horas para a entrega de um produto. Já pensou se a cerveja que você vai levar na festa de um amigo estivesse lhe esperando gelada na vaga de garagem mais próxima?

(*) Michele Dim D’ Ippolito é CEO e um dos fundadores da Unpark, startup focada em transformar garagens em soluções logísticas

 

 

 

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