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Como o mercado criativo se relaciona com a NFT?
A valorização do trabalho artístico e aspectos de exclusividade são incentivos aos profissionais para o uso da tecnologia
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Valeria Contado
11 de maio de 2022 - 6h00
Os tokens não fungíveis (NFT), que são produtos que têm como premissa a exclusividade no mundo digital, ganharam popularidade nos últimos meses. Por isso, essa tecnologia se relaciona diretamente com o mercado criativo, já que, para muitos criadores, pode impactar sua forma de trabalhar e valorizar as produções, uma vez que oferecem possibilidades de engajamento e a formação de comunidade de brand lovers.
No mundo das marcas, isso já acontece. Muitas empresas conseguem chamar a atenção de seus consumidores por meio de embalagens ou produtos personalizados que existem nesse ambiente digital. Já existem exemplos de grandes companhias que lançaram NFTs no universo digital, atraindo fãs de todas as partes do mundo, como é o caso da Nike e da concorrente Adidas.
Recentemente, o clube de futebol paulista Santos FC lançou o seu projeto de internacionalização de marca e, com ele, uma coleção de camisas exclusivas em NFT, em parceria com a Umbro. Ao todo, foram vendidas 12,5 mil unidades. O executivo de marketing do clube, Rafael Soares, explica que o produto foi lançado em pré-venda como aposta do departamento. “Resolvemos pegar a onda do lançamento de uniforme e fazer a NFT. É uma venda de tiro curto, finita, para gerar sensação de urgência”.
Para os criadores de conteúdo, a tecnologia pode gerar vantagens e renda, como explica o gerente de marketing da Wacom no Brasil, Thiago Tieri. O executivo diz que muitos artistas já trabalham com NFTs, se aproximando, inclusive, de públicos diferentes dos que já eram brand lovers de suas obras. “A viabilidade que as marcas e artistas ganham no mercado quando fala ou começa a utilizar e a facilidade na compra e na venda desses ativos são benéficos que eles ganham com essa utilização”, explica.
Tieri entende que esses recursos fazem parte de uma nova forma de economia que pode ser mais eficiente e beneficiária para os produtores. “Recursos financeiros e notoriedade para artistas, pequenas e grandes marcas, são importantes para aquecer ainda mais a economia laranja”, completa. Por isso, os produtos gerados em NFTs já são vistos, também, como uma forma de gerar uma cadeia de marketing digital. Para o CEO da mLabs e especialista em marketing digital, Rafael Kiso, essa tecnologia oferece muitas oportunidades para os criadores de conteúdo e é um universo diretamente relacionado a utilização de criptomoedas.
O profissional explica que os criadores poderão desenvolver os seus próprios social tokens e encontrar formas de valorizá-los, como, por exemplo, pelas redes sociais. “Toda essa história de NFTs tem a ver com a criptoeconomia descentralizada. Se o creator cresce nas mídias sociais, sua criptomoeda se valoriza e todo mundo ganha, principalmente os seguidores”, diz.
O CEO traz o exemplo da empresa Rally.io, que é uma plataforma que oferece a possibilidade de os criadores gerirem as suas comunidades e trabalhar de forma independente suas economias. No meio esportivo, algo parecido já acontece com a distribuição dos fantokens, em que os clubes vendem esses ativos para os torcedores em troca de benefícios. Esses movimentos fazem parte das oportunidades e novos negócios gerados pela Web 3.0. “O principal ativo, certamente, será o dado e a interoperabilidade entre plataformas, algo como estamos começando a ver com o open banking, mas de forma ampliada para todos os nossos ativos exclusivos baseados em NFTs”, avalia Kiso.
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