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Voz é o futuro

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27 de novembro de 2020 - 8h00

Alexandre Siqueira

Aprendi a diferença entre o que é um um smart speaker (Google Home, Alexa, etc.) e um assistente de voz e e que os assistentes de voz já estão disponíveis também nos nossos celulares (apps Google Assistant, Amazon Alexa ou Samsung Bixby) e TVs. Comprei um Google Home e me aventurei a criar o meu primeiro voice app (ou skill, como é chamado no mundo Alexa). Aliás, se você tem um smart speaker Google ou o Google Assistant no seu celular, pode “falar com prédios de São Paulo”, o meu app de teste.

O bate papo desse mês, então, é sobre os assistentes de voz e meus insights – ainda iniciais, mas que, como dizem os americanos, já explodiram minha cabeça.

Voz é o futuro. O que fazemos com smartphones hoje, digitando, é fantástico, mas, por incrível que pareça ainda tem fricção. A voz, resolve essa questão. E os comandos por voz, no futuro vão estar em qualquer coisa, não só no celular. No carro, na televisão, no eletrodoméstico. Tudo (e aí o assunto se conecta com o 5G), vai estar apto a receber comandos de voz e disparar voice actions.

O uso atual dos assistentes ainda está bastante restrito a coisas como ouvir música, podcasts, saber a previsão do tempo, automação de casas. E em outros países, já temos relevantes aplicações de compras também. Assim como no passado, quando a internet era tudo mato, foi importante para as marcas se posicionarem e criarem seus endereços, o momento agora é de se posicionar no mundo da voz. Já pensou você descobrir daqui a pouco que se alguém falar Ok, Google falar com “a sua marca” vai levar as pessoas pra um assunto que não seja a sua marca de fato?

Por essa razão, mesmo que ainda não tenha, por exemplo, um mecanismo de compra de produtos ou serviços, marcas devem marcar território no mundo da voz criando conteúdo, informando e educando seus consumidores e gerando conversas. Tornar-se conhecido e relevante pra mim é o passo inicial e mais importante no momento. Até porque, apesar da quantidade de smart speakers nas casas estar crescendo, ainda vai levar um tempo até as pessoas terem a cultura de uso de fato. Dá tempo de você ir sofisticando e testando seus apps.

E tem muito espaço para publicidade também. Dá mesma forma que hoje levamos o público para um e-commerce via QR Code na TV, poderemos, por exemplo, via voz, levar uma pessoa para a compra de um produto. Uma pergunta sobre uma marca de azeite num podcast de receita culinária poderia levar a pessoa para comprar o produto em uma loja, por exemplo.

Separei alguns casos de uso reais acontecendo por aí que me chamaram atenção e podem nos inspirar, com possibilidades de posicionamento de marca, publicidade e venda de produtos e serviços.

• A ExxonMobil testando pagamento em posto de gasolina por comando de voz. A 7-Eleven também está fazendo um teste similar.
• Jogos e história interativas, com opções de roteiro (tipo Você Decide)
• NBC testando anúncios por comando de voz com a Unilever (exemplo: em um anúncio de sabão as pessoas que falarem uma palavra chave ganham um cupom de desconto)
• Target oferecendo cupom de desconto para pessoas que invocarem seu app no Google Home
• Spotify testando anúncios interativos. Se uma pessoa fala uma palavra depois de um anúncio, vai para uma playlist curada por uma marca e com anúncios específicos dessa marca
• Escolas criando apps para os alunos e pais com informações administrativas, calendário de eventos, notas, etc.
• Instituição financeira com voice app que oferece boletins e cotações
• Hotel com app que disponibiliza informações sobre a cidade, dos serviços do hotel, etc. Pode ser acessado tanto dos speakers que o hotel instalou em cada quarto como pelo hóspede antes mesmo de se hospedar.
• Startup indiana que criou um app de receitas culinárias de chefes famosos, com remuneração atrelada a compra de ingredientes através das lojas associadas

Muita coisa, né? Explodiu sua cabeça também? Te convido, então, a continuarmos essa conversa. Estou fascinado pelo tema e querendo aprender e experimentar.

Um grande abraço!

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