Blockchain e futebol: o que esperar desse meio-campo

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Opinião

Blockchain e futebol: o que esperar desse meio-campo

Tecnologia pode aprimorar a experiência de torcedores de forma significativa, considerando, principalmente, aqueles de países longes dos clubes de coração


4 de novembro de 2022 - 5h01

O Web Summit é um mundo sem trocadilhos, com pessoas das mais diversas nacionalidades que aqui estão. É de tamanho mesmo. Cinco grandes pavilhões, áreas de alimentação e um grande ginásio onde ocorrem palestras com os maiores nomes do evento. Entre 60 mil e 70 mil pessoas circulam diariamente entre essas áreas, cada qual buscando suas conexões, palestras preferidas, estandes interessantes, dentre outras coisas.

Eis que eu, fã de futebol, em meio a tantas opções, resolvi assistir hoje um painel com o ex-jogador e campeão do mundo Alessandro Del Piero. “How blockchain will change the future of fandom” apresentava o case da Socios.com de Alexandre Dreyfus, CEO e fundador da empresa. A arena estava cheia e de brinde a “torcida” ganhou duas bolas autografadas pelo ex-jogador. Perdi essa.

Daí em diante, vimos Laurie Segall (CEO e Co-founder da Dot Dot Dot Media) puxar uma conversa mais tech e estratégica sobre produto de um lado e mais pessoal do outro com Del Piero e encaixando bem o “meio-campo” entre blockchain e comportamento de torcedores e clubes.

Dreyfus aposta firmemente que “a tecnologia blockchain pode aprimorar a experiência de fãs e torcedores de forma significativa”, considerando, principalmente, aqueles torcedores de países longes dos clubes de coração que querem ter, de alguma forma, uma relação mais próxima com o clube como escolher a música a ser tocada no estádio em dias de jogo, a camisa que vai ser utilizada pelos jogadores, dentre outras coisas. A ideia é trazer uma relação mais recompensadora para estes torcedores distantes.

Uma outra fala interessante de Alexandre Dreyfus e bem importante para ser considerada: as empresas precisam passar a apostar em times não só multidisciplinares, mas em times multigeracionais. É uma aposta sua nas equipes que monta e que, segundo ele, tem trazido excelentes resultados pela pluralidade de pensamentos e experiências nos diversos níveis.

Falando sobre suas expectativas com a tecnologia, Del Piero afirmou que está passa a ser mais uma forma de se relacionar com fãs além de redes sociais que, para ele, substituem as cartas enviadas por fãs em outras épocas. Perguntado sobre que conselhos daria aos fãs, baseados em suas falhas e decepções enquanto atleta, afirmou numa linha similar ao “errar rápido e corrigir rápido” do mundo startupeiro: “quando você perde um pênalti, uma oportunidade de gol, não adianta ficar preso a isso. Identifique o erro, vire a página e procure melhorar na próxima.

No futebol você tem a oportunidade de fazer isso de três em três dias (se referindo à periodicidade de jogos)”. Acho que se deu certo na carreira dele, deve dar na de quem trabalha com tecnologia também (quem faz um golaço daquele contra a Alemanha na semifinal da Copa de 2006 mostra que aprendeu muita coisa).

Uma ressalva aqui: O Sócios.com quer trazer uma experiência legal e diferente para seus usuários, mas é preciso ficar atento ao nível do que se entrega. Hoje, o review do aplicativo na App Store está em 2,7 e muitos reviews falam da frustração com o mesmo. O conceito de fã assume que há uma relação afetiva da pessoa com a instituição/time/jogador, e que essa paixão é refletida no nível de satisfação dessa relação. É preciso aprender a jogar para torcida também.

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