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O que podemos aprender sobre inovação com Portugal

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Opinião

O que podemos aprender sobre inovação com Portugal

O país desenvolveu estruturas como a Startup Portugal, a Startup Lisboa e a Unicorn Factory com um objetivo muito claro: mostrar para o mundo que deseja se colocar como uma nova startup nation, fomentando a ida de negócios inovadores para o país


10 de novembro de 2022 - 19h40

Existe uma frase famosa do escritor de ficção científica William Gibson que reflete bem o momento em que vivemos: “O futuro já chegou, só não está bem distribuído”. Quem participou do Web Summit 2022, que aconteceu semana passada em Lisboa, teve a nítida percepção de que a história se desenrola diante dos nossos olhos – e que estava ali o tempo todo, a gente é que não tinha percebido.

Impossível ter uma visão geral do evento. Tantas coisas acontecem ao mesmo tempo em áreas tão diferentes que um recorte se faz necessário. E o dia a dia de cada um dos mais de 71 mil participantes do evento traz esse mesmo número de recortes: ninguém tem a mesma experiência do Web Summit, porque vê coisas diferentes e participa de eventos paralelos diferentes.

No nosso caso, fomos ao Web Summit para entender grandes mudanças no mercado de comunicação e para aprofundar os contatos no ecossistema de startups. E saímos do evento com insights importantes para o nosso negócio e para a construção de um Brasil mais inovador.

Portugal, um país com projeto

Começando do macro, tivemos a oportunidade de visitar os grandes ambientes de fomento às startups. O país desenvolveu estruturas como a Startup Portugal, a Startup Lisboa e a Unicorn Factory com um objetivo muito claro: mostrar para o mundo que deseja se colocar como uma nova startup nation, fomentando a ida de negócios inovadores para o país.

É uma necessidade estratégica para um país de menos de 10 milhões de pessoas e uma população que viu, nas últimas décadas, os jovens migrarem para outros lugares da União Europeia em busca de oportunidades. Portugal percebeu que ou mudava, ou mudava. E vem mudando muito!

Apoiado em um clima muito mais agradável que o de outros hubs de tecnologia como Dublin e Berlim, o país superou a marca de 2.000 startups, sendo 7 unicórnios, e vem atraindo investimentos estrangeiros. Proporcionalmente, é como se o Brasil tivesse mais de 52 mil startups e mais de 180 unicórnios. É impressionante.

E por que isso aconteceu? Acima de tudo, porque o país como um todo adotou uma direção muito clara: vamos deixar de ser apenas um país exportador de vinhos e azeites para assumir duas vocações contemporâneas: turismo e inovação. Dessa forma, de um lado, Portugal se vende para o mundo como um dos lugares mais seguros, charmosos e convidativos para turistas, combinando belezas naturais, clima agradável, qualidade de vida e segurança. De outro, se posiciona como um hub de inovação que oferece acesso simples, rápido e barato para toda a União Europeia.

Tem funcionado – e nos dois lados. Impossível alguém ir ao Web Summit e não se apaixonar por Portugal. Para startups, impossível não pensar em como aproveitar as vantagens do país para estabelecer uma operação – principalmente com facilidades como visto específico para empreendedores, com fast track para obtenção.

A criação de um ambiente fértil para startups deveria ser uma prioridade de todo país que almeja um futuro melhor. Pois é a partir da inovação trazida por empreendedores digitais que conseguiremos impulsionar todo um ecossistema de negócios – e assim impulsionar a economia brasileira.

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