Opinião

Vale a pena ir para Portugal?

Meu Pós-Web Summit foi recheado de visitas e encontros importantíssimos para alavancar a ideia de sairmos do PowerPoint e partirmos para a prática.


10 de novembro de 2022 - 19h55

Eduardo Migliorelli, CEO da Atlantic Hub, empresa com sede em Portugal e filiais no Brasil que tem por objetivo conectar negócios no mundo a partir da Europa, em meu último dia em Lisboa me perguntou: “E aí? Vale a pena vir para Portugal?”.

Meu Pós-Web Summit foi recheado de visitas e encontros importantíssimos para alavancar a ideia de sairmos do PowerPoint e partirmos para a prática.

A primeira delas na Auchan, herdeira em Portugal do Grupo Pão de Açúcar, sendo o primeiro grupo na área da distribuição do país e que marcou o mercado português com algumas das mais importantes inovações do setor, está presente com 31 Hipermercados, 4 supermercados e 30 lojas de ultra proximidade My Auchan. Tive a oportunidade de compartilhar desafios com o diretor de desenvolvimento de tecnologia do grupo.

A imersão no varejista contaria ainda com uma segunda visita para vivermos na pele a missão de “picker”, função que considero de extrema relevância para a concretização do e-commerce de varejistas alimentares. É ele quem, em última análise, faz a compra fisicamente dos pedidos dos clientes no “chão de loja”. Essa experiência foi tão rica quanto ter a possibilidade de abrir o capô de um carro ao lado de engenheiros e mecânicos.

Fomos ainda recebidos na sede da OutSystems, plataforma de desenvolvimento low-code, ou seja, uma plataforma digital que permite que qualquer pessoa crie aplicativos e programas sem a necessidade de saber profundamente de programação. A empresa também é responsável pela aplicação de picking da Auchan, além de todo o programa de fidelidade do Grupo Sonae, em Portugal, que inclui a marca de Varejo Continente.

Fechamos este circuito, portanto, apenas para abrir outro: fomos conhecer a Sensei, startup que está por trás do conceito de loja autônoma envolvido na Continente Labs. Ela está inclusive materializando o mesmo conceito no Brasil, com a rede Mufatto, mas foi aqui que pudemos ver sua tecnologia no estado da arte.

Sua loja autônoma possui 3 tipos de checagem do processo de compras: a visual, a de planograma e a de peso, nas gôndolas sensorizadas. O mais incrível é que você não precisa de um app para fazer sua compra de forma autônoma. Carrinhos virtuais anônimos são criados no momento em que você entra na loja e podem ser pagos com o cartão de crédito ao sair.

A Sensei está desenvolvendo também o que ousou chamar de a menor loja autônoma do mundo. Uma espécie de locker, refrigerado que visa imitar a mesma experiência vivida em uma loja, mas em caráter de ultra-proximidade, substituindo, por exemplo, vending machines.

Muito do que foi possível experienciar no Web Summit, eu possivelmente só consegui ver aqui mesmo, em Lisboa, após o término do evento e durante essa época em que a cidade vira um hub de conexão entre grandes investidores e empreendedores de todos os lugares do mundo.

E digo com convicção que tudo isso só é possível porque há pessoas dedicadas e interessadas em promover estes encontros, caso de Rui Patraquim, da MasterCard que me ajudou a fazer conexões genuínas por aqui.

Se vale a pena, caro Eduardo Migliorelli? É claro que vale!

Se me permitem uma recomendação: Venham ao Web Summit 2023. Sejam disciplinados com a agenda de palestras e reservem dias adicionais para estes encontros. Pode ser que vocês saiam de Lisboa transformados como eu e, quando isso acontecer, há grandes chances de vocês serem catalisadores de transformações em seus próprios negócios!

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