Joseph Blatter renuncia à presidência da Fifa

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Joseph Blatter renuncia à presidência da Fifa

Três dias após ser reeleito até 2019, e em meio às pressões causadas por casos de corrupção na entidade, dirigente abre mão do cargo


2 de junho de 2015 - 2h02

Menos de uma semana depois de ser reeleito para cumprir seu quinto mandato na presidência da Fifa, Joseph Blatter anunciou, na tarde desta terça-feira 2, que continuará à frente da entidade até que o próximo presidente seja escolhido. Sua justificativa para abrir mão do cargo foi de que não possui o apoio necessário para seguir liderando a entidade.

A previsão é que a nova eleição aconteça entre o final de 2015 e início de 2016. Blatter garantiu que conduzirá o processo de transição. "Vou continuar a exercer minha função como presidente até um novo ser escolhido. O próximo congresso demoraria muito. Esse procedimento será de acordo com os estatutos", afirmou o dirigente suíço, desde 1998 à frente da Fifa.

Leia a cobertura completa:

– Escândalo na Fifa envolve marketing

– Fifa: Empresas quebram o silêncio

– Nike e CBF, vinte anos de polêmicas

Blatter, que comanda a entidade desde 1998, venceu as eleições, na sexta-feira 29, em meio às investigações de corrupção das justiças norte-americana e suíça que já levaram sete dirigentes para a cadeia, entre eles o brasileiro José Maria Marin. Joseph Blatter venceu o príncipe Ali Bin Al-Hussein por 133 votos a 73 no primeiro turno. O concorrente jordaniano desistiu de disputar o segundo turno.

Em seu discurso de vitória, Blatter comentou os desafios que estavam adiante. "Tomo a responsabilidade de voltar a colocar a Fifa no caminho. Precisamos de maior representatividade das federações, de mulheres, precisamos que suas vozes repercutam na Fifa", disse. Aos jornalistas presentes, Blatter garantiu que não renunciaria, pois não tinha motivos para isso.

O caso esbarra nos patrocinadores

Diante do escândalo sem precedentes na história da Fifa, as marcas globais envolvidas direta ou indiretamente com a entidade se pronunciaram. Nike, McDonald´s, Adidas, Coca Cola e AB Inbev emitiram comunicado sobre o tema. Na noite da quarta-feira, 27, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), afastou José Maria Marin, vice-presidente da federação e disse que vai rever os contratos de marketing.

De todas elas, apenas a Nike está envolvida diretamente com o caso. Na quarta-feira 27, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelou “supostos esquemas de propinas entre a CBF e uma grande marca de sportswear dos Estados Unidos”. A Nike é fornecedora de uniformes da seleção brasileira. Sem citar a CBF, a empresa disse que colabora com as autoridades. "Como todos os nossos fãs ao redor do mundo, nós somos apaixonados pelo jogo. A Nike acredita em ética em fair play tanto nos negócios como no esporte, e repudia fortemente toda forma de manipulação", disse a empresa.

A rede McDonald´s, patrocinadora da Fifa, demonstrou “extrema” preocupação com o tema e disse que acompanha as acusações contra a entidade. “O McDonald´s leva muito a sério as questões relacionadas à ética e à corrupção, e considera que as informações divulgadas pela Justiça americana são extremamente preocupantes”. A empresa ainda destacou que está em constante contato com a federação desde que o escândalo começou. “Acompanharemos de perto a situação”

Já a fabricante de roupas e acessórios esportivos Adidas reforçou seu compromisso de apoiar o futebol e defender um posicionamento exigente. “Buscamos altos padrões em termos de ética e esperamos o mesmo de nossos parceiros” A Adidas também disse que incentiva a estabelecer padrões consistentes com transparência em tudo que faz.

A cervejaria belgo-brasileira Ab Inbev, que patrocina a Fifa por meio da marca Budweiser, afirmou que espera altos padrões éticos e de transparência de seus parceiros. A Coca Cola também manifestou preocupação sobre as alegações. “Nosso desejo é que as questões relativas à corrupção sejam abordadas com seriedade”
A VISA, de forma mais contundente, disse que pode reavaliar o contrato com a Fifa."Nosso patrocínio sempre se concentou no apoio às equipes, permitindo uma grande experiência aos fãs e inspirando comunidades para que se unam e celebrem o espírito de competição e realização pessoal. É importante que a Fifa faça mudanças agora para que o foco continue sobre isso. Se a Fifa deixar de fazer as mudanças, teremos que informar que vamos reavaliar o patrocínio".

De acordo com Jaime Troiano, fundador da Troiano Branding, essas marcas agiram rápido para conter o estrago que o escândalo pode causar. “Ainda não dá para mensurar o tanto que elas serão afetadas, mas é muito importante que elas continuem dialogando com transparência e não se escondam”.

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