As propostas da Chapa Preta, que tenta se reeleger no Clube de Criação

Caio Fulgêncio
8 de agosto de 2023 - 6h00

A Chapa Preta – ou Chapa 1 – é uma das duas delegações que concorrem à diretoria do Clube de Criação de São Paulo (CCSP), cuja votação está marcada para 4 de setembro. Em busca da reeleição, o grupo é encabeçado por Joana Mendes, líder criativa do WPP Open X na América Latina, como presidente. Além dela, Gabriela Moura, diretora de conteúdo da Talent Marcel, concorre como vice-presidente.

Chapa Preta propõe continuidade de ações (Crédito: Divulgação)

Com mudanças na composição em relação à eleição anterior, a delegação inclui Gabriel Silva Matos e Luiz Henrique Costa (ambos diretores administrativos); Robson Rodrigues (diretor cultural); Marcelo Augusto (diretor cultura e diretor secretário). Também fazem parte Erick Willmer e Luiz Augusto Lima (diretores de divulgação); Israel Bastos Junior (diretor editorial). Renan Damascena (diretor editorial e diretor secretário); Patrícia Moura e Mariana Mendes (diretoras de relações sociais) finalizam o grupo.

Por meio de comunicado, a Chapa Preta avaliou que biênio foi um momento de avaliação do que poderia ser feito. “A instituição vinha de uma crise de imagem e de uma crise de gestão. Logo no começo, foi necessário apagar incêndios e transformar o máximo que podíamos”.

Segundo o grupo, os avanços incluíram benefícios aos funcionários, mudança para uma sede mais econômica e revisão de contratos. Além disso, a entidade firmou parcerias internacionais, como com LIA e D&AD, bem como ofereceu cinco bolsas de estudos fora do Brasil e aumento da presença nas redes sociais. A delegação apontou ainda melhorias na diversidade do júri e recorde de inscrições no anuário no ano passado.

“Acima de tudo, o primeiro mandato da Chapa Preta mostrou que a diversidade é uma engrenagem importante que ajuda a enriquecer a nossa indústria. Tudo isso nos ajuda com o principal objetivo do clube que é a manutenção da memória da publicidade brasileira”, afirmaram.

Propostas

No campo das propostas, a chapa aposta na continuidade das ações, entre elas as parcerias dentro e fora do País, como a com D&AD. “Acreditamos que temos um mandato que é, ao mesmo tempo, um legado. Vamos trazer benefícios para os associados do Clube e, acima de tudo, ter um espaço para que grupos minorizados possam crescer”, falaram.

Os candidatos complementaram que, devido ao mercado ser historicamente homogêneo e autorreferente, dois anos foi um tempo curto para implementar outras transformações necessárias. “O objetivo da reeleição é a continuidade desse trabalho, para que continuemos com nosso propósito de construção de um mercado com o olhar no futuro e com cuidado com o passado”, incluíram.

Sobre as mudanças na composição da chapa, tendo em vista que alguns ex-integrantes, na eleição atual, compõem a Chapa Coletiva, grupo concorrente, a delegação afirmou que as alterações evidenciam “a pluralidade de pensamentos, pontos de vista e formas de atuação”.

“Acreditamos que [a saída dos membros da formação original] também foi uma oportunidade para trazer grandes nomes do mercado para a nova formação da diretoria da Chapa Preta em 2023. Por fim, é sempre saudável que novas possibilidades estejam surgindo. Isso é democracia, fundamental no nosso País e no nosso mercado”, finalizaram.

Chapa histórica

A Chapa Preta, formada por um grupo de publicitários negros, surgiu em 2021, depois de problemas ao redor do filme que divulgava o Festival do Clube de Criação naquele ano. O comercial “Crise, Crie”, criado pela W + K São Paulo modificou os rumos da eleição, uma vez que, na ocasião, havia apenas uma chapa concorrendo a direção da entidade. Assim, o coletivo entrou na disputa com uma série de proposta para acelerar ações voltadas acelerar a equidade do mercado publicitário do País.