Brasil não contou a história da Copa
Martin Sorrell afirma que País não soube criar narrativa para explicar causa social do evento
Martin Sorrell afirma que País não soube criar narrativa para explicar causa social do evento
Felipe Turlao
18 de junho de 2014 - 10h31
Em visita recente ao Brasil, para assistir ao jogo de abertura da Copa do Mundo (entre Brasil e Croácia, em São Paulo), o CEO do Grupo WPP, Martin Sorrell, aproveitou para mandar um recado sobre o evento: o País não conseguiu construir uma narrativa ao redor do Mundial da Fifa que explicasse seu propósito social, legado e importância, e que conectasse esses valores adequadamente com a população.
“Honestamente, isso não aconteceu e não dá mais tempo para a Copa do Mundo. No caso dos Jogos Olímpicos, é preciso uma explicação clara para a população de por que o evento é importante”, afirmou.
Embora tenha se colocado na posição de um convidado que precisava ter cuidado com o que dizia, ele ressaltou que não vê uma boa articulação de comunicação relacionada aos dois eventos. “Os governos nas esferas federal, estadual e municipal investiram muito dinheiro nos eventos e precisavam demonstrar as razões.”
Sorrell aponta ao menos quatro grandes legados da Copa. O primeiro é de infraestrutura. “Esse tipo de evento antecipa investimentos que seriam feitos daqui a cinco ou dez anos.” Outro benefício é o impacto positivo no índice de empregabilidade e na economia, com resultados diretos no PIB do País.
Ele também lembra dois legados que podem ser desenvolvidos pelo Brasil: saúde – já que o esporte encoraja as pessoas a mudarem sua visão sobre o assunto e a terem uma vida mais saudável – e educação, já que o esporte pode ter papel fundamental para educar as pessoas.
Esse tipo de preocupação com a imagem que o evento transpassa não é exclusividade do Brasil. “Um evento esportivo ajuda a reposicionar a marca de um país na cabeça das pessoas. O continente africano passou a atrair mais investimentos após a Copa do Mundo da África do Sul, porque o evento mostrou um lado positivo que poucas pessoas conheciam. Os Jogos Olímpicos de Pequim também atraíram um interesse maior das empresas pelo mercado chinês. E mesmo Londres surpreendeu positivamente à própria população pelo sucesso da Olimpíada de 2012. A organização conseguiu demonstrar duas causas sociais muito importantes: a regeneração do lado leste de Londres e a participação dos jovens. O Brasil precisa desenvolver sua própria narrativa”, frisa.
Leia a íntegra desta matéria na edição 1614, de 16 de junho, exclusivamente para assinantes do Meio & Mensagem, disponível nas versôes impressa ou para tablets Apple e Android.
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