Dudu Godoy deve se desligar da NBS

Teresa Levin
1 de fevereiro de 2017 - 15h34

Dudu Godoy, sócio e vice-presidente executivo da NBS (Crédito: Divulgação)

O sócio e vice-presidente executivo da NBS Dudu Godoy deve deixar a agência nas próximas semanas. A informação, que foi antecipada pela diretora da sucursal de Brasília da Isto É Debora Bergamasco em sua coluna, não foi desmentida pelo profissional, que informou por email que “em época de concorrência as informações são manipuladas de acordo com os interesse”. A concorrência a que ele se refere é o processo licitatório em curso na Petrobras para a definição das agências de publicidade que atenderão a sua conta nos próximos anos. Godoy disse ainda que, para que não haja polêmica neste período, irá se pronunciar somente depois de concluída a licitação.

Godoy atuava como diretor geral da Quê Comunicação até 2013, quando a agência, que já detinha a conta da Petrobras desde 2003, passou por uma fusão com a NBS. Foi desta forma que a conta da estatal ingressou na carteira de clientes da agência que, desde 2014, é uma das integrantes da Dentsu Aegis Network. Em fevereiro de 2016, o anunciante fez uma revisão de seus investimentos em publicidade e cortou uma de suas agências, a FCB, mantendo o atendimento da sua conta dividido entre a NBS e a Heads. Em janeiro, a Petrobras abriu uma concorrência para definir as agências que cuidarão de sua conta nos próximos anos. O edital prevê verba de R$ 550 milhões para um período de dois anos e meio e os novos contratos poderão ser renovados por igual período. Com isso, a verba anual prevista para a publicidade é de R$ 220 milhões. No total, 16 agências se inscreveram no processo, entre elas, a NBS. As demais concorrentes são Calia, nova s/b, Propeg, Z+, Café, Heads, Ogilvy, DPZ&T, Fields, Fischer, Link, Lua, Multisolution e PBC.

Como vice-presidente executivo, a principal função de Dudu Godoy é cuidar das contas públicas atendidas pela NBS. No final do ano passado a agência perdeu a conta do Ministério do Esporte, que até então dividia com a Fields360. As duas novas parceiras do órgão, que tem verba de R$ 55 milhões anuais, são Agência Nacional e Calia, após a desistência da Prole, que foi a vencedora da licitação. Ainda na esfera pública, a NBS também atende a BR Distribuidora.

Jornalista e publicitário, Eduardo Pereira Godoy tem mestrado em marketing político na George Washington University (EUA) e acumula um histórico sólido neste segmento. Atendeu 27 prefeituras e seis contas públicas, todas vencidas por meio de licitações. Em entrevista de 2009 ao Meio & Mensagem, ele não minimizou a importância do bom trânsito no meio político, mas assegurou que isso não garante sucesso para os gestores em comunicação pública. “Podem levar à conquista, mas para sustentá-la tem de saber fazer o trabalho”, disse, na época. Godoy já foi militante no PC do B por seis anos quando era estudante secundarista. Posteriormente, filiou-se ao PMDB. Formado em 1985 em jornalismo, depois em publicidade, Godoy trabalhou na redação do Diário do Povo, mas logo migrou para a assessoria de imprensa da Companhia de Energia de São Paulo (Cesp). Atuou nas eleições de 1986 pelo PMDB, na equipe liderada por Chico Santa Rita, que elegeu Orestes Quércia governador de São Paulo. Nos anos 90, Godoy fez campanhas para várias legendas no estado de São Paulo. Já em 1998 liderou a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, que tentava pela terceira vez se eleger presidente. Também ajudou a eleger Marta Suplicy como prefeita de São Paulo. Em 2001, se associou ao PPR, antigo dono da Quê Comunicação e da NBS.