Aos cinco anos, CCXP quer reforçar exclusividade
Pierre Mantovani, CEO da CCXP, fala das estratégias que consolidaram o evento geek como um dos maiores do mundo
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Thaís Monteiro
5 de dezembro de 2018 - 15h02
Em janeiro de 2014, quando anunciou que faria uma versão brasileira da Comic Con, o Omelete&Co, antes Omelete Group, disse que a expectativa era de receber 60 mil visitantes. Naquele ano, recebeu 97 mil pessoas. A expectativa de público para a 5ª edição do evento, que acontece de 6 a 9 de dezembro no São Paulo Expo, cresceu 334%: são esperadas 260 mil pessoas.
O número recorde em 2017 — 227 mil pessoas — consolidou o formato brasileiro como a maior Comic Con no mundo em termos de público. Também em 2017, a versão brasileira ganhou uma edição no Nordeste e, em 2019, estará pela primeira vez em Colônia, na Alemanha, onde o grupo realiza a CCXP em junho. A trajetória de sucesso fez o Grupo Omelete repensar o potencial do evento.
De acordo com Pierre Mantovani, CEO da Comic Con Experience e do Grupo Omelete, quando idealizavam a primeira edição, ainda em 2013, queriam fazer algo que pudesse ser comparado à Comic Con de San Diego, criada em 1970 e que ainda ocorre anualmente. Hoje, o objetivo é distanciar a marca CCXP a uma Comic Con pardão: “Existem várias ‘Comic Cons’ mundo afora. Em três anos de evento, a CCXP já era a maior do mundo em termos de público e, em cinco, é a maior do mundo em conteúdo. Isso está fazendo nós usarmos cada vez menos o ‘Comic Con’, porque nos atrela diretamente às outras versões e criamos um evento único, que transcende elas”, afirma.
A CCXP 2018 promete mais pré-estreias, mais celebridades, mais marcas e mais surpresas. De acordo com o executivo, este é o primeiro ano em que todos os estúdios estão presentes (Amazon Prime, GloboPlay, Universal Pictures, Paramount e outros). Haverá homenagens aos 80 anos de Superman, uma ativação de Harry Potter maior do que a do ano passado (quando uma quadra de quadribol foi construída no espaço do São Paulo Expo) e mais novidades no line up a serem anunciadas.
Também neste ano, a CCXP bate seu recorde com 103 marcas presentes. Entre algumas ativações, Pierre cita que a Oi oferecerá internet para o local, a Trigg criou um cartão de crédito Visa com estampas dos personagens icônicos os quadrinhos e a Ford dará um carro novo para o melhor cosplayer. Além disso, a organização repensou a organização dos stands para melhorar a experiência do visitante. Este ano, a área dos creators será um palco com talk-shows e brincadeiras para o público.Em entrevista ao Meio & Mensagem, Mantovani também compartilha como foi a negociação para levar a Comic Con à Europa e faz um balanço dos cinco anos de CCXP. Confira:
Meio & Mensagem — Este ano a Comic Con Experience completa 5 anos, mas o evento já não passou da fase de experiência?
Pierre Mantovani — Acredito que podemos dizer que nós estamos usando cada vez menos os termos Comic Con e usando mais o CCXP. Existem várias “Comic Cons” mundo afora. Em três anos de evento, a CCXP já era a maior do mundo em termos de público e, em cinco, é a maior do mundo em conteúdo. Isso está fazendo nós usarmos cada vez menos o “Comic Con”, porque nos atrela diretamente às outras versões e criamos um evento único e que transcende elas.
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Como você definiria a CCXP cinco anos atrás e hoje? Quais são as maiores diferenças na sua opinião?
O sonho da primeira edição, quando idealizamos em 2013, era fazer um evento que pudesse ser comparado com o americano, em San Diego. Hoje temos a segurança que nós, brasileiros, criamos um festival de cultura pop que ninguém no mundo fez. Tivemos apoio das distribuidoras, produtoras, agências e marcas. Elas nos ajudaram a criar algo todos tem vontade de criar. Nunca imaginamos que teria tamanha visão e reconhecimento e que seria uma união entre marcas e fãs agregando valor e reconhecimento com conteúdo. Somos nerds, convictos e felizes. Estamos liderando a indústria de cultura pop nesse sentido. Os alemães, por exemplo, poderiam ter importado um evento americano ou construído seu evento inspirado nele, mas não, chamaram nós.
E como aconteceu essa negociação para fazer a CCXP na Alemanha?
Na verdade, fomos à Alemanha para negociar trazer o Gamescon, que é um dos maiores evento de games no mundo que acontece em Colônia, para o Brasil. Mas, ao chegarmos lá, perguntaram para nós se nós sabíamos fazer evento. Quando mostramos um vídeo da CCXP, os executivos falaram para nós mudarmos a conversa para nós fazermos uma Comic Con para eles, pois eles estavam procurando formatos de Comic Con e como trazer para o país e se encantaram com a energia do Brasil.
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Na primeira edição vocês esperavam um público de 60 mil visitantes. A expectativa deste ano é de 260 mil. Como vocês foram de 60 a 260 mil e construíram um formato que teve sua edição no Nordeste e agora vai para a Alemanha?
A primeira coisa é o foco convicto no foco imersivo do fã. O fato da CCXP ser maior é o Omelete. Não conversamos com o fã durante quatro dias a cada ano, conversamos com ele 365 dias no ano. Mas também é mérito do público brasileiro. O brasileiro é um bicho caloroso. Nosso clima é maravilhoso. Os artistas ficam encantados com nossa energia, eles dizem que é uma energia maravilhosa. Outra estratégia é empoderar as pessoas: os cosplayers, os quadrinistas brasileiros… Ser quadrinista no Brasil não é fácil. Hoje temos o maior Artist Alley (local reservado para os quadrinistas venderem e assinarem suas obras) no Ocidente.
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