Collabs impulsionam negócios no setor de licenciamentos
CEO da Redibra, David Diesendruck aponta como as empresa passaram a entender os licenciados como forma de engajar o público jovem e adulto
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Bárbara Sacchitiello
9 de agosto de 2022 - 11h09
Roupas de praia com estampas da marca Matte Leão. Uma coleção de peças de roupa da Baw Clothing com estampas de panettone e outros produtos da Bauducco. Calçados e bolsas da Ana Capri com desenhos de latas do leite condensado Moça.
São diversos no mercado os exemplos de collabs, a união entre marcas, muitas vezes de diferentes segmentos, para criar produtos novos, que carreguem consigo um pouco da identidade das duas empresas originais.
Em um cenário em que a disputa pela atenção dos consumidores é cada vez mais complexa, a aproximação com outra marca pode propiciar o alcance a um público novo, fazendo com que mais pessoas – que muitas vezes não sejam o público original daquela marca – passem e conhecer mais e se interessar por seus produtos.
“As collabs com marcas que trazem um reconhecimento de marca exclusivo para criar um novo produto ou experiência tornaram-se uma excelente estratégia de marketing também por criarem milhões de impressões nas redes sociais sem a necessidade de investimentos vultuosos”, analisa David Diesendruck, CEO da Redibra, uma das principais agências de licenciamentos e de extensão de marca do Brasil.
O executivo da empresa, que já trabalhou na criação de produtos para empresas como Netflix, Now United, Galinha Pintadinha, Coca-Cola, Capricho, Super Mario, Chevrolet e outras, vê, de maneira geral, uma mudança na forma como se trabalha com licenciamento no Brasil. Por muito tempo, Diesendruck avalia que o mercado nacional de produtos licenciados era focado no segmento de personagens e celebridades infantis. Nos últimos anos, no entanto, tem crescido a participação de marcas para o público adolescente e jovem adulto. “Hoje temos marcas de games, influenciadores, esportivas, lifestyle, terceiro setor e corporativas conquistando espaços relevantes do setor”, pontua o CEO da Redibra.
O que leva as marcas se unirem em collabs?
O executivo também observa a entrada de marcas de moda, nacionais e estrangeiras, em outros modelos de licenciamento, sobretudo nas categorias de calçados, acessórios e beleza. Esse maior interesse vem da ideia da marca se tornar cada vez mais presente no dia a dia dos consumidores, estendendo a experiência com aquele produto ao serviço. “O produto licenciado oferece uma oportunidade única de levar uma marca ao cotidiano de seu consumidor, para além de seu momento de consumo original. Quando um consumidor veste uma camiseta da Coca-Cola, usa um perfume do Corvette ou brinca com uma pelúcia da Galinha Pintadinha, a conexão emocional do consumidor com a marca é potencializada aumentado seu engajamento e recrutando novos consumidores”, define.
Ao falar sobre o crescimento das parcerias entre as marcas no Brasil, o CEO da Redibra aponta que as marcas de vestuário, calçados (sobretudo os tênis) e acessórios são os principais players em collabs atualmente, apesar de esse setor ter tido seu início calcado nas grandes marcas de luxo e grifes globais, como lembra o executivo. Durante a pandemia, segundo ele, o segmento de alimentos, cuidados pessoais e beleza teve crescimento significativo e são a atual tendência no universo de collabs. Nessa safra, vieram, por exemplo, os exemplos dos produtos criados por marcas como Leite Moça, Matte Leão e Bauducco. “Entretanto, com a aceleração das mudanças que ocorreram durante a pandemia, novos produtos, de veículos a bares e restaurantes, têm buscado colaborações para atrair, engajar e surpreender atuais e potenciais fãs”, complementa.
Apesar do maior interesse das empresas em trabalhar com licenciamentos – e também com collabs – o segmento ainda é pequeno no País, na opinião do CEO da Redibra, que conta que muitos anunciantes tem procurado entender melhor as oportunidades e desafios de ingressar nessa área. “As novas tecnologias, como o metaverso e as NFTs estão abrindo novas avenidas de expansão para produtos de grandes marcas chegarem a seus fãs de forma inovadora e surpreendente”, diz Diesendruck.
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