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Marketing

Kantar prepara investimento em aquisições e A.I.

Após entrada da Bain Capital, Eric Salama apresenta plano estratégico da empresa, visando investimento em empresas e produtos como inteligência artificial e análise preditiva


2 de agosto de 2019 - 7h33

Sob a estrutura da WPP, a Kantar não tinha muita autonomia para adquirir empresas e soluções. Essa nova possibilidade foi um dos destaques durante um conference call global que a empresa realizou nessa quinta-feira, 1º de agosto. “Estamos fora do mercado há três ou quatro anos”, disse o CEO Eric Salama, referindo-se a aquisições. O objetivo da coletiva era fornecer informações sobre as estratégias da gigante de pesquisas após ter sido adquirida pela Bain Capital. A transação de US$ 4 bilhões, anunciada mês passado, envolveu 60% da Kantar.

 

Eric Salama, CEO da Kantar (Crédito: Arthur Nobre)

Com o novo investimento, a empresa quer desenvolver soluções para áreas como e-commerce, análises, tecnologia e dados comportamentais. Salama disse que o grupo quer elevar o ritmo de aquisições, o que não vinha conseguindo fazer nos últimos dois anos. “Temos procurado recursos que ajudem a melhorar o que já fazemos para clientes, recursos que sozinhos não poderíamos desenvolver tão rapidamente quanto precisamos”.

O executivo não citou empresas específicas que estariam sendo prospectadas, mas deixou claro que a empresa deverá investir mais em automação e analytics. “Precisamos fazer mais”, afirmou Salama. “Ter um parceiro como a Bain, do ponto de vista de capacidade e dinheiro, será útil.”

Projetos proprietários também fazem parte, como a plataforma de analytics Kantar Marketplace, uma ferramenta de otimização de pesquisas e rastreamento de marca por meio de levantamentos rápidos e atualizações em tempo real. “Em vez de simplesmente rastrear a marca, o que é antigo e caro demais, vamos agir mais em cima dos acontecimentos”, explicou o CEO.

A companhia compartilhou ainda o objetivo de medir conteúdo em todos os dispositivos, não importa para aonde os ativos de mídia cresçam e se desenvolvam. Também mencionou o crescimento do Worldpanel, que mede bens de consumo. A Kantar afirmou que está incluindo análise de dados de recibos diretamente no varejo, o que permitiria verificar o comportamento de compra em níveis mais profundo, como o impacto de novas embalagens e fidelidade à marca.

Outro foco deverá ser inteligência artificial. A empresa já possui soluções voltadas a problemas como evitar fraudes em painéis e classificar investimentos em plataformas sociais, por exemplo. Mas agora a Kantar planeja dobrar a capacidade de A.I., implementando em todos os seus produtos. Esse desenvolvimento vem necessariamente com a ampliação de posições técnicas entre os profissionais do grupo, segundo Salama. “Estamos reforçando nossas ofertas em tempo real e preditivas, visando um ROI mais rápido”, disse.

Há muito tempo a Kantar vinha sendo apontada por analistas como uma empresa com maior potencial de crescimento e modernização e que a estrutura da WPP trazia certos limites. A expectativa é que a nova dona majoritária ajude a destravar essas possibilidades. “A Bain enxergou uma indústria que realmente precisa se transformar. Afinal dotas as empresas querem, hoje, trabalhar seu marketing orientadas por dados e insights”, destacou Salama.

 

*Crédito da imagem do topo: Ar130405 / Pixabay

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