Odebrecht muda nome para Novonor
Marca e novo nome foram criados pela Keenwork; Maurício Odebrecht diz que futuro é a inspiração, já que o passado não pode ser apagado
Marca e novo nome foram criados pela Keenwork; Maurício Odebrecht diz que futuro é a inspiração, já que o passado não pode ser apagado
Meio & Mensagem
18 de dezembro de 2020 - 15h18
Quem entrar no site da Odebrecht, uma das maiores construtoras do mundo, agora não verá mais a marca que levava o nome da família à frente dos negócios. A empresa passou a se chamar Novonor, após um trabalho de revisão de arquitetura de marcas que vem sendo feito desde 2016, que teve início com a Interbrand – mesmo ano em que a empresa assinou, em dezembro, um contrato de leniência com a Procuradoria Geral da República – e é o curso normal em casos de empresas que enfrentam crises sérias de imagem. Quem assina a fase final do projeto, com o novo nome e marca, no entanto, é a Keenwork. O nome foi criado pela Nomeia, em parceria com a Keenwork.
Assim, a mudança de nome acontece como um epílogo da história em que a companhia que tem mais de sete décadas e atuação em 13 países acabou ficando com sua imagem totalmente prejudicada ao aparecer como uma das mais investigadas nos casos de corrupção analisados pela operação Lava Jato. As investigações trouxeram à tona que historicamente, a maioria dos contratos da companhia acabavam sendo resultado de uma relação promíscua com diferentes esferas do poder público.
O auge do escândalo foi a prisão do ex-presidente da companhia Marcelo Odebrecht, em junho de 2015. No ano seguinte, após assinar o acordo de colaboração com as investigações, a companhia iniciou um novo modelo de governança e uma política de conformidade.
Odebrecht revisa arquitetura de marcas
“Não estamos apagando o passado. Passado não se apaga. Passado é exatamente o que ele é – passado. Depois de tudo o que promovemos de mudanças e de correção de rumos, estamos agora olhando para o que queremos ser: uma empresa inspirada no futuro. Este é o nosso novo norte”, afirmou Maurício Odebrecht.
Com isso, considera a Novonor, como o surgimento de uma nova holding com 25 mil empregados e seis empresas atuando em engenharia & construção, mobilidade urbana & rodovias, petróleo & gás, mercado imobiliário, petroquímica e indústria naval.
A Novonor divulgou, ainda, seu “Propósito e Visão 2030”, resultado de reuniões, seminários e pesquisas que segundo a empresa envolveram três mil integrantes, sob coordenação da consultoria internacional GlobeScan. Enquanto seu propósito é apontado como “Servir à sociedade pela atuação das nossas empresas, ajudando a construir um futuro sustentável”, a estratégia de atuação para os próximos dez anos é “Ter a confiança dos clientes e da sociedade para conceber e concretizar com ética soluções inovadoras que criam valor para todos”.
E, finalmente, a empresa divulga seis compromissos que promete pautas sua atuação:
– Operar com os mais altos padrões éticos, técnicos, de governança e de eficiência para promover crescimento e prosperidade.
– Impulsionar a inovação e o desenvolvimento tecnológico.
– Atuar com diversidade, inclusão e equidade, contribuindo para a redução das desigualdades
– Viabilizar e concretizar projetos sustentáveis de infraestrutura para atender as necessidades das atuais e das futuras gerações.
– Direcionar as operações para que sejam carbono neutras e apoiar os clientes no desenvolvimento de soluções climáticas positivas.
– Alinhar as ações aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU e apoiar iniciativas e melhores práticas na sociedade com esta finalidade.
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