Aumenta o combate aos caça-anúncios
De acordo com o último relatório do Google, mais de 2,5 bilhões de URLs falsas e destinadas a fraudar sistemas de programática foram removidas nos últimos anos
De acordo com o último relatório do Google, mais de 2,5 bilhões de URLs falsas e destinadas a fraudar sistemas de programática foram removidas nos últimos anos
Luiz Gustavo Pacete
19 de julho de 2017 - 8h41
Sites piratas especializados em caçar anúncios existem em grande quantidade e estão espalhados pela internet. E, geralmente, a velocidade com que eles surgem ainda não é a mesma com a qual são combatidos. Divulgado em junho, o Relatório de Transparência do Google mostra que a plataforma removeu mais de 2,5 bilhões de URLs falsas nos últimos anos. Os sites tinham uma finalidade: fraudar sistemas de programática e atrair anúncios. De acordo com o Google, somente no último ano foram mais de 931 milhões de páginas removidas. Iniciativas estão surgindo para combater essas estratégias. Em maio, o Facebook iniciou testes para conter a proliferação dos links caça-cliques, muitos deles são originados nessas páginas piratas.
O lado sombrio da era dos dados
“O trabalho atual para identificar manchetes ‘caça-cliques’ funciona de maneira parecida com os nossos esforços anteriores: categorizamos centenas de milhares de títulos entre normais e ‘caça-cliques’, considerando as duas premissas de retenção ou exagero de informações. Uma equipe do Facebook analisou milhares de manchetes usando esses critérios, validando cada uma delas para sinalizar títulos que poderiam ser identificados como ‘caça-cliques’ e cuja origem fosse incerta ou suspeita”, escreveu Annie Liu, engenheiro do Facebook, no blog da plataforma.
Em novembro do ano passado, o Google e o Facebook já haviam anunciado medidas para punir sites falsos que espalham conteúdos noticiosos online. Na ocasião, o Google afirmou estar implementando uma ferramenta que tira anúncios de sites que colocam conteúdos falsos ou inconsistentes para tentar banir esses portais. Já o Facebook explicou que já existem regras que mostram que anúncios não serão exibidos em apps ou sites que são ilegais, enganosos ou ilusórios. Dados do Facebook mostram que existem mais de 80 milhões de perfis falsos que impactam diretamente no retorno das campanhas.
“Seja na comunicação de uma marca na mensuração do desempenho de uma campanha, a adoção de processos e tecnologias anti-fraude é fundamental para garantir que os resultados gerados sejam válidos e confiáveis. Métricas soltas e isoladas como impressões, visitas ou vendas de um produto podem sofrer grande influência dos chamados perfis fakes, afetando e impactando diretamente na percepção de marca e no ROI da campanha”, diz Carlos Durão, especialista em Business Intelligence da Reamp.
Outro tipo de pirataria também está na mira das empresas especializadas. Henrique Szklo, sócio-fundador da Chikenz, loja de criatividade e desbloqueio criativo, ressalta que uma modalidade que vem se firmando nos negócios digitais são as ‘clic farms’, ou fazendas de cliques que possuem como única intenção a produção e venda de cliques e likes. “Uma pesquisa recente concluiu que aproximadamente 30% das pessoas procuram influencers antes de comprar alguma coisa, medindo sua credibilidade por quantidades de curtidas e de seguidores. Portanto, é flagrante a importância, principalmente do ponto de vista financeiro, de se obter números cada vez mais expressivos para se criar um perfil positivo e isso propicia o surgimento desses modelos”, diz Szklo.
Fernando Tassinari, diretor da Criteo no Brasil, explica que o mercado como um todo, e em especial o brasileiro, vem investindo recentemente em ferramentas e tecnologias para garantir a segurança do investimento em programática. “Essa é a grande discussão atual, como proteger e garantir a segurança das empresas que estão investindo em digital. Nós evoluímos bastante e ainda temos muito a avançar neste sentido”, diz Tassinari.
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