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Opinião

As estrelas de uma equipe de alta performance

Ontem e hoje: a mudança significativa nas contratações


15 de janeiro de 2018 - 16h44

Antigamente, as empresas eram muito tolerantes com as deficiências de suas equipes e complacentes com a carreira de seus profissionais. Alguns deles entraram na empresa como office-boys e ficaram lá por décadas a fio até chegar a um cargo de coordenação, gerência ou direção. Um processo lento e passivo de ambos os lados, com muito tempo e paciência para acontecer.

Nessa época, as empresas valorizavam a fidelidade e a lealdade dos seus funcionários e, em contrapartida, ofereciam segurança. Praticamente toda a geração baby boomer seguiu essa regra. Era comum os empregados ganharem prêmios por antiguidade e esse ser o único reconhecimento que se podia conquistar em uma grande empresa.

Era o “tempo de casa” que valia. Quanto mais antigo o funcionário, mais reconhecido pela empresa e respeitado pelos colegas e mercado. As pessoas dedicavam uma vida profissional inteira a uma única empresa e os profissionais se orgulhavam de nunca ter se atrasado ou faltado ao serviço.

As estrelas buscam sempre estar um passo à frente das necessidades do seu setor. Pensam como empresas, fazendo investimentos de tempo, energia e aprendizado para colher a longo prazo. Os medianos são imediatistas e reativos

A empresa os contratava sem nenhum preparo e dava tempo ao tempo. Algumas investiam em diversos cursos e esperavam por anos a melhoria da performance e o retorno sobre esse investimento.

E o que acontece hoje? Muitas empresas contratam um headhunter para recrutar o melhor profissional disponível no setor. Querem saber quem é o nome do momento, o mais preparado, para roubá-lo da concorrência. É mais fácil, simples e rápido. Basta oferecer um salário melhor, bônus especial e um pacote recheado de recompensas.

Ou então preferem profissionais que invistam neles mesmos e se tornem estrelas dentro da empresa, gente com iniciativa que buscou seu próprio espaço, que virou referência pelo talento e pelas iniciativas de construção da sua reputação. Gente que escreveu aquele artigo que foi publicado no site mais importante do segmento e que foi lido por um importante empresário do setor. Ou porque deu uma palestra gratuita que emocionou a audiência e acabou sendo vista por vários profissionais do mercado.

Uma equipe de alta performance é formada por estrelas que capitalizam todos os espaços e transformam isso em momentos geradores de experiências valiosas e aprendizados. Profissionais que passam o dia todo cavando oportunidades para ir adiante, aprender, exercitar, crescer um pouco mais. São inconformados com o ritmo natural das coisas. Investem o tempo no aproveitamento dos espaços deixados pela concorrência.

As estrelas buscam sempre estar um passo à frente das necessidades do seu setor. Pensam como empresas, fazendo investimentos de tempo, energia e aprendizado para colher a longo prazo. Os medianos são imediatistas e reativos. As estrelas são ativistas e procuram contribuir com os outros e cavar cada vez mais espaços para serem ocupados. Elas veem os problemas da empresa como uma oportunidade para revelar e consolidar suas competências. Os medianos contentam-se com as circunstâncias.

As estrelas são disponíveis; os medianos, não. As estrelas estão sempre se preparando para mais um desafio, como se fosse um combustível. Os medianos não querem sair da zona de conforto, não arriscam. As estrelas buscam sempre se superar naquilo em que não são muito boas ainda. Já os medianos nunca querem correr riscos.

Antes de montar a sua equipe de alta performance, observe isso no seu negócio e veja quem são as estrelas e os medianos. Compare o resultado das duas carreiras e o valor de mercado de cada uma. Você vai perceber que aqueles que estão sempre sobrecarregados são sempre os mais disponíveis. E os que têm poucas coisas a fazer são sempre os que fogem de uma nova empreitada. Que tipo de profissional você procura para montar o seu time?

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