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David Droga, Martin Sorrell e Brian Whipple em Cannes, sobre o futuro da nossa indústria

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David Droga, Martin Sorrell e Brian Whipple em Cannes, sobre o futuro da nossa indústria

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Blog do Pyr

David Droga, Martin Sorrell e Brian Whipple em Cannes, sobre o futuro da nossa indústria

David Droga,da Droga5, dividiu palco com seu agora novo partner, Brian Whipple, CEO da Accenture Interactive e, em outro encontro do The Drum no evento, o mesmo Whiple trocou ideias com Martin Sorrell. Futuro da nossa indústria na cabeça de alguns de seus melhores pensadores.


19 de junho de 2019 - 16h01

São, certamente, algumas das melhores cabeças pensantes hoje sobre nossa indústria.

David Droga dispensa apresentações. Já Brian Whipple precisa ser apresentado. Ele é o CEO da Accenture Interactive, que não só comprou a Droga 5, como vem comprando agências mundo afora feito doido, incorporando em sua empresa um DNA que ela, de origem, não tem.

Whipple trabalhou anos em agências (Rapp/Omnicom e Hill and Hollyday/IPG) e entende do negócio (de agências). Mas também trabalha em consultoria há cerca de 10 anos, na própria Accenture, e, portanto, entende do mundo consultivo.

Ambos dividiram palco no Festival de Cannes e discutiram o negócio, nossa indústria, seu presente e seu futuro.

Em outro momento, o mesmo Whipple dividiu ideias com ninguém menos que Martin Sorrell, hoje S4. Sobre o mesmo tema. Foi num encontro promovido pela The Drum inglesa, lá em Cannes também.

Lendo e refletindo um pouco sobre o que essa trinca de ases falou, fiquei com as seguintes impressões:

1. Não há ninguém mais na indústria hoje que não esteja, agora, focado e preocupado em se transformar (as holdings, apontam todos eles, foram lentas em se mover, mas agora, tipo, sai da frente… estão acelerando);

2. Se, por um lado, o modelo das holdings está em revisão, por outro, são elas as que detém assets que todos concordam seguem sendo altamente valiosos hoje, e seguirão sendo no futuro, como criatividade, alta excelência e capacidade de execução em projetos para marcas (por isso Accenture comprou Droga 5), além de uma igual a talentosa capacidade de contar histórias que encantam a todos… não há entre eles (nem em lugar nenhum, espero) quem discorde disso;

3. O desafio de mudança é gigante e o tamanho, igualmente gigante das holdings, não ajuda nada nisso… mas fazer o que… dado da planilha; é o que temos para o momento e é com isso que as holdings terão que trabalhar;

3. Falando em dado, tecnologia e dados assumiram um protagonismo inédito e toda a cadeia de valor da indústria ainda está meio perdida tentando se entender com essa gigantesca, profunda e acelerada tendência … e neste item, as consultorias tem lá suas vantagens, pelo histórico e expertise na área; quem bate mais nessa tecla e Martin Sorrell, mas os demais não tem como discordar;

4. O negócio de agências de propaganda não está em seu ocaso, como fez questão de destacar Droga, mas num processo de reinvenção… uma revolução, melhor dizendo … mas com futuro pela frente (como você vai poder ler em artigo que vai sair no M&M e, depois, aqui no ProXXIma, defendo a tese que este pode ser, se bem aproveitado, um dos grandes momentos de boost no protagonismo das agências daqui para a frente);

5. A questão que não quer calar e sobre a qual nem todos concordam é … mídia: como operar mídia? Como seguir ganhando dinheiro com ela? Veja, nenhum dos três tem qualquer dúvida sobre como ganhar dinheiro com mídia. Aliás, todos sabemos. O problema é como ganhar dinheiro com isso no futuro. As bases de monetização que serviram até agora estão em cheque e não há modelo claro para ninguém de como será o futuro. Whipple não se mostra um apaixonado pelo tema (embora a Accenture seja hoje um grande comprador de mídia), David Droga ganhou e ganha dinheiro com mídia, mas não é sua melhor face. Sendo assim, é Martin mesmo o que se expõe mais sobre o assunto e sua pegada é … digital, tecnologia e dados. Faz questão de destacar que se o negócio da propaganda enfrenta desafios e taxas de desaceleração, que isso é um problema efetivamente mais sensível para a indústria da propaganda tradicional, destacando que o digital vai muito bem, obrigado. Ele tem sua dose de razão.

Por fim, fica a sensação, agradável para mim, que o negócio, nossa indústria, deixou de ser discutida nos corredores e butiquins, para ser discutida franca e abertamente no mair festival de criatividade do mundo.

Sem isso,  nenhuma transformação séria, consistente, profunda, e que sirva para todo o negócio, jamais, jamais, jamais, irá acontecer.

 

Veja resumo da conversa de Whipple com Martin no encontro da The Drum aqui.

 

Aqui você pode ler resumo bem legal da Isabela Lessa, uma das enviadas de M&M ao evento.

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