17 de agosto de 2021 - 14h23
(Crédito: Reprodução)
Daí um monte de coisas.
Primeiro, a Amazon ter sido, até semana passada, o maior anunciante global é o fato mais relevante das últimas décadas nesse ranking. Portanto, na notícia nova, o mais importante é a notícia velha.
A Amazon, você deve se lembrar, era uma loja de livros online. Depois virou a loja de tudo. Mas sempre apostou, basicamente, em anos e anos de crescimento e sucesso, na sua capacidade de auto performance. Ou seja, na sua própria capacidade orgânica de gerar leads em cima de seu próprio domínio. Com técnicas que viraram standards do mercado e hoje qualquer e-commerce da esquina pratica todo pimpão, achando que é o rei da internet.
De certa forma, é mesmo. A Amazon empoderou o e-commerce de técnicas de performance de geração de recorrência, fidelização e conversão inéditas antes dela, e que mudaram a face das vendas online. Para todos que vendem online.
Mas ela ter se transformado, de alguns anos mais recente para cá, no maior anunciante do Ocidente (não nos esqueçamos que o Oriente é outro planeta), é um fato de alta relevância porque se trata de uma empresa da nova economia, digital native, investindo na boa e velha propaganda, ainda que não invista exatamente nos formatos e modelos da velha propaganda. Não importa, resolveu competir, em tamanho de verbas, com gigantes como, por exemplo, a P&G, agora líder mundial no ranking.
Isso vai mudar daqui a pouco. A P&G já foi a maior anunciante mundial mais de uma vez. A Unilever também. Enfim, vai ser sempre um sobe e desce. Só que agora com um player estranho à cadeia de CPG. Um marketplace. Seja isso que bicho for (dia desses falo sobre o fenômeno dos marketplaces e o que eles, de fato, significam para a economia de mercado moderna).
Bom, sendo a notícia velha a notícia mais importante na notícia nova, o que mais pode ser dito? E daí, jacaré?
Daí que publiquei recentemente post comentando que o presidente da P&G creditou os excelentes números de crescimento da companhia, em seu último report ao mercado e à Bolsa, ao marketing e a propaganda. Mais especificamente, ao incremento dos investimentos da companhia em publicidade. A boa e velha publicidade.
O fato da P&G voltar ao topo do pódio, para além do vai e vem que descrevi acima, tem, neste caso, emblemático significado especial: a retomada dos investimentos pesados em marketing desse igualmente emblemático anunciante global (não é só ele, vários outros também estão retomando seu antigo apetite).
Daí, caro e cara leitores, que ambos os fatos são altamente relevantes para nossa indústria. Rankings, muitas vezes, não querem lá dizer muita coisa. Questão de tamanho. Mas este, quer dizer sim.
Daí isso.