ProXXIma
8 de junho de 2020 - 8h03
Por Marlon Luft (*)
Estamos vivendo o auge (será?) da pandemia de COVID19 no Brasil, e com três meses de isolamento social em algumas cidades, muitos consumidores e empresários já se vêm habituados a este “novo normal”. Da noite para o dia, muitos líderes viram suas robustas estruturas de vendas serem reduzidas apenas aos canais digitais, e pequenos negócios tiveram que se adaptar a serviços terceirizados de vendas online, como apps de delivery, e, sendo enfim forçados pela situação a submeterem seus produtos a um universo diferente.
Além das consequências imediatas da crise, está claro que o isolamento social está acelerando o futuro dos serviços digitais, anos de mudanças de comportamento agora estão acontecendo em semanas. O papel-moeda está finalmente sendo abandonado, estudantes estão se habituando ao contato com seus professores através de videoconferência, e empresas aprenderam que o home office é viável.
Segundo a AppsFlyer, líder global de atribuição e mensuração de dados de apps, entre Março e Maio deste ano, o uso de aplicativos financeiros de bancos tradicionais aumentou em média 53%, aplicativos de compras tiveram aumento de 80% em instalações e 50% de aumento em receita. Apps de Delivery tiveram picos impressionantes de até 700% de aumento em downloads em algumas semanas de Abril na cidade de São Paulo.
O que podemos analisar desta situação é que os padrões de movimento se altearam, antes os consumidores iam até os vendedores, e agora são os vendedores que devem mais do que nunca entrar nas casas dos consumidores, e o que era antes uma praticidade oferecida por grandes empresas, hoje é uma necessidade para todos, com consumidores colocando a mudança para o digital em velocidade rápida.
Em meio este cenário de mudança de comportamento, empresas que já investiram em um aplicativo saíram na frente. No varejo físico, por exemplo, a C&A sentiu grande aceleração em curto espaço de tempo “Tivemos crescimento de 400% nas instalações do app, passando para mais de 1,2 milhão de usuários por mês – usuários engajados em visitas e recorrência de compras. Com a pandemia, todos os olhares se voltaram ao mobile. Com o fechamento de todas as quase 300 lojas espalhadas pelo Brasil, todo o nosso e-commerce ganhou força, mas o grande ganho em relação ao app foi que ele passou a estar no discurso não só da área, mas da C&A como um todo”, diz Denise Cervelin, coordenadora mobile da C&A Brasil.
A mudança é cultural tanto nas empresas quanto na vida das pessoas. Gerações mais jovens e mais habituadas ao mobile, aumentaram o uso pela necessidade de novos serviço por apps. Porém, passaram a ensinar os idosos a utilizar o formato, criando na pandemia uma inclusão mobile por conta do confinamento e da preocupação com os mais velhos.
“Esse cenário mostra que as empresas precisam mais do que nunca se adaptar a transformação digital mobile, pois os consumidores já estão adaptados. Seja como for a melhor forma para cada tipo de negócio, o futuro passará pelo aplicativo!
(*) Marlon Luft é Gerente de Marketing LATAM, AppsFlyer.