ProXXIma
7 de julho de 2020 - 9h30
Por Marcos Trinca (*)
A tecnologia imersiva de realidade aumentada (AR), antes associada facilmente ao entretenimento, ganha espaço expressivo nos negócios das empresas. Uma das estratégias de marketing de muitas delas é apostar nas embalagens.
A Tetra Pak, empresa de embalagens do Grupo Tetra Laval, que desenvolve as melhores soluções possíveis de processamento e envase de alimentos, registrou R$ 190 bilhões em vendas de embalagens em 160 países no ano de 2019.
Além disso, ainda segundo a empresa, 91% dos consumidores frequentemente procuram logotipos ambientais nas compras, priorizando embalagens recicláveis e de origem responsável. Isso significa que o invólucro é um item de importante valor para o consumidor, uma vez que ela funciona como um verdadeiro mecanismo de comunicação desde a sua fabricação.
Até hoje as embalagens trazem receitas, personagens, cards colecionáveis, curiosidades nutricionais, informações sobre benefícios do produto, diferenciais na composição, entre outros atrativos que podem ser associados ou aprimorados por meio da experiência de AR. Com a realidade aumentada, toda a embalagem se torna um canal de distribuição de conteúdo para as marcas – além de chamar a atenção do cliente integrando o mundo virtual com o real – amplia as chances de venda, agrega valor ao produto e potencializa o negócio.
Um dos recursos para viabilizar essa experiência é a utilização de um QR Code (do inglês Quick Response Code) – ‘Código de Resposta Rápida’ na própria embalagem, que vai permitir um escaneamento em tempo real com a câmera do smartphone para ativar a ação em AR, que pode ser um game, informações específicas sobre o produto, uma promoção, entre outras mensagens transmitidas de forma incomum.
O grande diferencial da realidade aumentada é compor uma jornada ao consumidor que faça sentido para experiência dele em relação a determinado produto. O consumidor que é convidado a participar de uma jornada e aceita efetivamente essa experiência tem muito mais chance de concluir uma compra do que aquele que não participou. Isso porque o contexto em que ele foi inserido o seduziu, seja pelo produto, desconto ou benefício que ele vai receber.
As projeções holográficas de realidade aumentada permitem uma interação com animações, objetos e produtos como se realmente estivessem ali, proporcionando uma experiência mais próxima do real, saltando das telas para o mundo real. Mais que uma tendência, essa já é uma realidade para a maioria das marcas que valorizam e investem cada vez mais em uma embalagem digital, minimizando ruídos com seu público-alvo e potencializando as vendas por meio da relevância do conteúdo gerado.
(*) Marcos Trinca é Partner e Head de XR da More Than Real, empresa brasileira referência global no desenvolvimento de experiências e soluções de Realidade Aumentada. Há 20 anos empreendendo no mercado de tech, Marcos é desenvolvedor, matemático, músico e estudioso do impacto da tecnologia no comportamento da sociedade.