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Opinião

Silos de dados não geram resultados

Uma única equipe de data analytics, isolada, não basta; empresas precisam de especialistas da área integrados em todas as frentes

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25 de outubro de 2022 - 11h14

(Créditos: Shuttestock)

Seja qual for a área de uma empresa, ela pode se beneficiar de dados, porém com um processo adequado de análise. Aliás, a falta desse recurso não há. Uma estimativa do Social Good Brasil (SBG) aponta que, somente no Brasil, em 2021, foram gerados 350 zettabytes de informações, cerca de 35 trilhões de gigabytes. Uma pesquisa da IBM também demonstra que uma única fábrica com cerca de 2 mil equipamentos de Internet das Coisas (IoT) poderia gerar 2,2 mil terabytes de dados em 1 mês — isso em abril do ano passado. Ao mesmo tempo, projeções da McKinsey & Company mostram que o mundo consumirá até 20 vezes mais desses ativos até 2030 em comparação com agora. Claramente avanços de 2021 até aqui não seriam surpresa alguma.

Mesmo com a promessa de um mundo de possibilidades, não adianta ter acesso a uma quantidade enorme de inputs se não souber administrá-los corretamente. Por isso, é natural as empresas não investirem só em ferramentas capazes de “procurar agulha em palheiro”, mas também em profissionais especializados nesse tipo de análise. Já falei sobre isso aqui.

Ferramentas adequadas e um time de especialistas são partes importantes da estratégia de inteligência analítica, porém algumas companhias esperam que essa combinação sozinha gere impacto para os negócios e clientes. Infelizmente, o desenho ainda muito comum das tais ilhas de inteligência de dados, com entrega de relatórios inteligentes, não conduz as empresas a extrair todo o potencial que dados podem prover aos seus negócios.
De acordo com a Sigma Computing, cerca de 39% dos especialistas em domínio de negócios não sabem o que significa ser orientado por dados. Essa mesma pesquisa também destaca que 76% dos especialistas em dados afirmam que metade do tempo é gasto na geração de relatórios para as equipes, ou seja, perdem um tempo precioso com geração de valor limitada.

É preciso juntar a inteligência do negócio com a da interpretação de dados para que de fato eles se tornem uma informação capaz de virar ação e tomada de decisão nos negócios. Quanto mais facilmente as equipes de negócios entenderem o que especialistas de dados conquistam com seus métodos, mais rápida será a ativação de valor destes dados.

Ouvir o cliente, entender as necessidades dele, bem como acompanhar movimentos do mercado por meio de data analytics, gerando insights de solução e impacto nos seus negócios e clientes, é o alvo da maioria das empresas. Porém, para chegar lá, é preciso transformar teoria em prática, integrando data analytics com a operação.

Considerando a velocidade das mudanças que estamos vivenciando, perder o timing da informação significa muitas vezes perder competitividade uma vez que, certamente, há empresas munidas da agilidade necessária.
A integração de data analytics com a operação é chave para a agilidade na entrega de experiências surpreendentes aos clientes, principal motivador de impacto para os negócios. A inteligência do negócio, especialmente no que tange ao conhecimento do cliente, é o que amplia o potencial dos dados. Essa integração ajuda a promover de fato o resultado.

Uma equipe de data analytics isolada das demais acaba carecendo de uma visão clara de como os negócios e as demais áreas podem se beneficiar dos dados e informações encontradas. A realidade de cada contexto, bem como a sua dinâmica de mudanças, é o que vai originar relatórios inteligentes capazes de suportar e transformar os negócios.
Para ilustrar a importância desta união, segue um estudo liderado pela IBM indicando que, de 7.502 empresas espalhadas pelo planeta, 35% utilizam inteligência artificial nas operações, enquanto 42% declaram explorar ferramentas do tipo. Um dos fatores que mais atrapalham a adoção desse recurso é a falta de habilidade, experiência ou conhecimento para aproveitá-lo, afetando 34% das empresas entrevistadas. Em 48% dessas companhias, impera a dificuldade de integração e escalabilidade, entre outros fatores.

O impacto que dados podem proporcionar aos negócios não virá apenas de ferramentas inteligentes, tampouco virá apenas de um time fera de cientistas de dados. O resultado vem da integração destas ferramentas e destes especialistas à operação dos negócios. Ter especialistas de dados em todas as frentes estratégicas, das quais se espera alto impacto e resultados, é crucial num cenário de diferenciação e competitividade. Eles são mais uma peça fundamental na montagem dos times multidisciplinares, assim como outras competências.

A sobrevivência no mercado atual requer velocidade de mudanças, entendimento rápido de contexto e velocidade de adaptação. Ter um time capaz de lidar com seu principal ativo, dado, bem como com ferramentas que suportam os processos decisórios dos times integrados e multidisciplinares, pode ser decisivo para as empresas que desejam se posicionar ou manter a liderança de seus setores.

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