“Não é começar a incluir, é parar de excluir”
Thais Hagge e Ana Schneider falam sobre como marcas podem trabalhar com propósito para se conectar e impactar os seus consumidores
“Não é começar a incluir, é parar de excluir”
BuscarThais Hagge e Ana Schneider falam sobre como marcas podem trabalhar com propósito para se conectar e impactar os seus consumidores
Valeria Contado
13 de abril de 2023 - 13h21
A CCO da WMcCann, Mariana Sá foi ao palco do Rio2C nesta quinta-feira, 13, e recebeu Thais Hagge, general manager beauty & wellbeing Brasil e CMO de hair and care da Unilever, e Ana Schneider, fundadora da Sondery, para falar sobre como as marcas podem trabalhar com propósito para se conectar e impactar os seus consumidores.
As profissionais explicaram como suas experiências ajudaram a moldar a forma como elas e as marcas com as quais trabalham enxergam como o propósito pode conversar com o público. Para que uma conversa seja, de fato, efetiva, é importante que as empresas consigam ter uma postura que reflita a sua comunicação, e isso tem a ver com uma construção interna, para que não haja um descompasso entre o que é dito e o que é feito.
Por esse motivo, Ana Schneider criou a consultoria Sondery, que tem como objetivo auxiliar marcas a produzir campanhas com recursos de acessibilidade e incluir pessoas com deficiência em seus cases. A profissional observou a necessidade de trazer esses recursos para a publicidade após ir à uma exposição e ver uma obra com descrição tátil para pessoas com deficiências visuais.
Ana entende que o papel de sua consultoria é oferecer um auxílio para que as empresas entendam como produzir essas peças sem cair em situações que reforcem estereótipos e até mesmo de educação e correção para tornar o processo de comunicação mais fluido, inclusivo e legítimo. “Tem que mudar a mentalidade e o entendimento do protagonismo. Não é começar a incluir, é parar de excluir. Essa mudança de percepção muda um pouco a urgência”, disse.
A executiva completa dizendo que o processo de inclusão desses propósitos deve incluir as lideranças, pois isso ajudará na profissionalização de uma comunicação e ações efetivamente inclusivas.
Por isso, para Thais Regge, as marcas têm uma grande responsabilidade quando se trata da inclusão de propósitos em sua comunicação e de suas ações, já que elas são detentoras de uma grande capilaridade e a forma como se comportam pode mudar como as pessoas consomem determinados produtos. Além disso, para a executiva, esse é um papel estrutural das empresas. “Temos que mudar a estrutura, estamos usando as redes sociais para que as meninas possam se identificar, por exemplo. É o papel social, mas também é estrutural que a marca pode fazer”, avaliou.
A criação de produtos – desde a comunicação até materiais de uso – é um passo de inovação que as empresas podem dar para se adequar a todos os tipos de público, sejam eles portadores de alguma deficiência ou não. Ter esses passos de criação é um movimento onde todos os lados saem ganhando.
Ana Schneider explicou que, quando se pensa em um produto sob a ótica da acessibilidade, ele chegará à mais pessoas e atenderá mais necessidades. Para ela, esse pioneirismo requer coragem. “É difícil testar um formato pela primeira vez, mas traz o benefício do pioneirismo. Quando falamos de acessibilidade, falamos em sair na frente”, avaliou.
E por fim, todas essas iniciativas impactam no resultado das marcas, em como elas são vistas pelos consumidores e em como eles se relacionam com os produtos. Thais finalizou dizendo que inovar e abordar a inclusão, trabalhando com o seu público, é uma questão de sobrevivência para as empresas. “Hoje é uma questão de sobrevivência, para que as marcas consigam perdurar. Precisa ter coragem para fazer esse movimento”, disse.
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