Rio2C
Diversidade: pertencimento além da inclusão
Painel debateu necessidade de construir espaços de trabalho em que grupos minorizados se sintam pertencentes
Painel debateu necessidade de construir espaços de trabalho em que grupos minorizados se sintam pertencentes
Caio Fulgêncio
14 de abril de 2023 - 17h55
A inclusão de grupos minorizados sem a construção de uma realidade que promova o pertencimento dessas pessoas nos espaços é insuficiente para uma real transformação no campo do trabalho. Noah Scheffel, CEO da EducaTRANSforma; Jonathan Haagensen, ator e sócio fundador da Black Pen Filmes; e Angela Lima, assessora de gestão de pessoas do Banco do Brasil, subiram ao palco do Rio2C para debater sobre caminhos possíveis para o mercado ir além das contratações no âmbito da diversidade. A cofundadora da Rede Afeta e gerente na agência SOMA+AKQA mediou o painel.
Para Angela, mesmo com os impactos no andamento das pautas relacionadas à inclusão durante os períodos mais críticos da pandemia de Covid-19, a diversidade segue no radar das grandes companhias e tende a se desenvolver. “As empresas estão dedicando tempo, trabalho e dinheiro para falar sobre diversidade. Vamos ser otimistas, porque está em foco”, falou.
No audiovisual, no entanto, os avanços ainda engatinham, segundo Haagensen. Formado no grupo de teatro Nós do Morro, ele contou que, apesar dos mais de 20 anos de trabalho como ator, foi necessário se posicionar como produtor para ter acesso a espaços de decisão. “Então, eu saí da posição de objeto e viro um sujeito, começando a trazer uma perspectiva a fim de criar um novo imaginário. Assim, assumi a Black Pen para começar a provocar o mercado e trazer as marcas”, disse.
O EducaTRANSforma é uma iniciativa que atua na educação de pessoas trans que desejam acessar o mercado de tecnologia e inovação. Com isso, a entidade colabora com a evolução da cultura das empresas parceiras.
Scheffel reforçou que existe um trabalho importante a ser feito dentro das organizações “para que as pessoas se enxerguem e queiram fazer parte desses lugares”. Esse trabalho, conforme ele, passa, inclusive, por processos de contratação equânimes. “Não estamos no momento de falar de igualdade, mas, sim, de equidade e o pertencer é uma prática constante da organização”, falou.
Nesse sentido, o sócio da Black Pen Filmes complementou que é urgente a necessidade de “pensar as pessoas de maneira plena”. Por isso, falou Haagense, “para promover a equidade plena, precisamos preparar os dois ambientes: o local que chegaremos e as pessoas que estão chegando”.
“Outra coisa que temos que pensar é como acelerar o processo de acesso, superar a questão da inclusão e promover a diversidade plena, porque o País é diverso”, acrescentou.
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