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Sobre meus sonhos de criança e como encontrei minha linha de chegada 

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Opinião

Sobre meus sonhos de criança e como encontrei minha linha de chegada 

Minha história foi aquela coisa de filme, em que tudo muda depois que o protagonista precisa encontrar algo novo para sonhar


31 de outubro de 2024 - 8h42

Eu queria ser jogadora de futebol quando criança. E minha história foi aquela coisa de filme, em que tudo muda e o protagonista precisa encontrar algo novo para sonhar. Mas, pensando bem, meu sonho de infância se conecta muito com a minha realidade atual.  

Comecei praticando algo que me encantou, a programação. E o universo da tecnologia, assim como o esporte, especialmente o futebol, é uma carreira predominantemente masculina. O que está mudando cada vez mais. 

A posição de executiva também tem suas semelhanças. Pessoas que acreditam que o atleta só treina e entra em campo para jogar parecem não saber que por trás da ação existe muito estudo e estratégia acumulados junto da experiência de quem joga e quem prepara o jogador. Isso faz toda a diferença no resultado final. 

Do momento em que escolhi ser programadora até me tornar CEO, foram muitas horas de estudo e alguns momentos de reinvenção. Me tornei programadora quando virei mãe. Logo entrei na Rocketseat. E lá se vão dez anos.  

Fui uma das primeiras funcionárias. E a primeira mulher a fazer parte do time. Comecei como tech content. Acumulei promoções e cheguei a head de comunidade e head de produto e comunidade. Depois, assumi como diretora de operações (COO), até ocupar o lugar de CEO, em abril do ano passado.   

É, de certa forma, como encarar a carreira de Juan Román Riquelme. O argentino estreou pelo Boca Juniors com apenas 18 anos e, após vestir a camisa azul e amarela durante 13 anos, e ajudar a conquistar 11 títulos, Riquelmehoje é presidente do clube que se dedicou durante grande parte da sua carreira, e pode usar todo seu conhecimento de dentro do campo para preparar novos jogadores e criar novas conquistas para toda a torcida que segue o time.  

Minha história vestindo a camisa da Rocketseat tem quase 6 anos e, destes, há pouco mais de um, ocupo a cadeira de CEO. Nesse período, aumentamos o número de formações de 3 para 13. E passamos de uma linguagem para nove. Elevamos o número de mulheres no time, chegando a 51%, fomentando as lideranças femininas.  

Hoje mais de um terço do nosso quadro de líderes é mulher. E, recentemente, a Statista (plataforma de dados) nomeou a Rocketseat como a maior comunidade de desenvolvedores da América Latina. Nossos mais de 237 mil membros também nos colocam entre as dez maiores em nível global.   

Hoje minha principal tarefa não é escrever códigos, mas guiar os caminhos de uma escola que ajuda a escrever novas histórias para programadores e programadoras ao redor do País (e até fora dele).  

Essa lembrança de um sonho de criança me fez parar para entender que a mini Isabela ficaria surpresa com o lugar aonde chegamos. Mas ficaria ainda mais empolgada ao saber que estamos felizes com esse futuro que nós duas construímos.

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