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Vírus Zika pode afetar Olimpíada no Brasil

Surto aumenta vendas de repelentes de inseto, mas preocupa patrocinadores, atletas e turistas que pretendem viajar ao País


12 de fevereiro de 2016 - 4h23

(*) Por Jack Neff, do Advertising Age

A maioria dos Estados Unidos está meses distante da época de mosquitos, mas a crescente preocupação com o vírus Zika, transmitido por mosquitos encontrados principalmente na América Latina, já está duplicando ou até mesmo triplicando as vendas e aumentando o merchandising dos repelentes de mosquitos. A preocupação com o vírus entre os atletas olímpicos e turistas também está levantando questões sobre se a doença prejudicará as Olimpíada no Brasil ou os planos dos patrocinadores do evento esportivo.

A receita para toda a categoria de controle de pragas cresceu 23%, para US$ 32 milhões, nas quatro semanas encerradas em 24 de janeiro, de acordo com a IRI, contra 8% por um período de 52 semanas. Repelentes de mosquitos foram apenas parte disso. Um inverno mais quente do que o normal na maior parte das cidades no último mês, também levou a um crescimento surpreendente para uma variedade de produtos de agricultura e jardinagem, resultando em um forte crescimento de vendas de 14% para companhia Scotts Miracle-Gro no último trimestre durante uma temporada tradicionalmente tranquila.

Mas repelentes de mosquitos realmente estão voando das prateleiras. As vendas de uma variedade do repelente Off!, da Johnson, cresceu de 47% para 96% nas últimas quatro semanas em relação ao mesmo período no ano passado, de acordo com a IRI. E as vendas dos repelentes de mosquito da Spectrum Brands cresceram ainda mais rápido: 59% a 138% durante o mesmo período.

O vírus Zika não é o único motivo do aumento das vendas de repelentes, embora seja o maior. Um surto de dengue no Havaí desde novembro também tem impulsionado a demanda, e levou a Johnson a anunciar na quinta-feira,11, que vai doar 54 mil unidades de Off! para os moradores da ilha. Na Argentina e no Brasil, onde já é época de mosquitos e o surto do Zika está generalizado, a empresa está aumentando a produção de 400% para 600% em relação aos níveis normais do ano passado, segundo porta-voz da marca.

"Nós já observamos significativamente mais pedidos de consumidores em estados do sul dos Estados Unidos, o que, em breve, espera-se ser o caso nacional", completou o porta-voz. Para atender a essas necessidades, as fábricas estão trabalhando contra o relógio na América, disse ele, e a empresa está "buscando um fluxo mais fácil de nossos produtos" pelas fronteiras nacionais. A empresa também criou um site com informações sobre os mosquitos, repelentes e o vírus Zika.

Os varejistas também estão se preparando. A partir de março, a Target colocará os repelentes em destaque no centro da área de agricultura e jardinagem em 1.400 lojas – cerca de três meses mais cedo do que de costume, disse uma porta-voz. Já um executivo da Walgreens disse que a rede tem observado "interesse significativo em repelente de insetos nos mercados do sul do país, como a Flórida, Texas, Porto Rico e Havaí", começando em janeiro e até os primeiros dias de fevereiro, que aparece em grande parte relacionada ao vírus Zika.

Claro, o que é um benefício para as marcas de repelentes é um risco potencial para muitas pessoas e eventos – entre eles, os Jogos Olímpicos de 2016, marcada para agosto, no Rio de Janeiro, e os anunciantes com grandes planos de publicidade e promoções para a competição.

A Reuters divulgou na terça-feira, 9, que o Comitê Olímpico dos Estados Unidos disse à federações esportivas em uma teleconferência no mês passado que os atletas e funcionários preocupados com o Zika, que tem sido associado à anomalias em bebês e à mulheres grávidas infectadas pelo vírus, devem considerar não ir aos jogos no Rio.

A aversão generalizada aos jogos olímpicos por atletas importantes ou turistas, com certeza, não é o que organizadores ou patrocinadores desejam. Um dos maiores patrocinadores das Olimpíadas, a Procter & Gamble, está planejando um grande esforço multimarca este ano, assim como em grande parte da última década, e tende a focar particularmente em atletas do sexo feminino, dado que as mulheres são consumidoras importantes para a maioria de suas marcas. (Lembre-se da campanha "Obrigado, Mãe", para os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012). 

"Nossos planos de marketing global permanecem iguais", disse uma porta-voz da P&G em um e-mail. A orientação da empresa sobre vírus Zika aos funcionários e convidados que viajam ao Rio concorda com a atual da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Centro de Controle de Doenças (CCD), que adverte mulheres grávidas a considerar adiar viagens a áreas afetadas pelo Zika, incluindo o Brasil. O CCD aconselha mulheres que podem engravidar a consultarem seus médicos sobre viajar, e recomenda a pessoas em geral usarem repelentes e roupas de proteção, estar em lugares fechados e com ar-condicionado ao viajar para áreas afetadas. Mas nem o CCD ou a OMS está proibindo viagens para as áreas afetadas.

Tradução: Amanda Boucault

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