Censura na internet: tema para Palavra Aberta

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Censura na internet: tema para Palavra Aberta

Instituto presidido por Patrícia Blanco, que realizou a VI Conferência Legislativa sobre Liberdade de Expressão em Brasília, prepara novo evento sobre o tema em São Paulo


25 de agosto de 2011 - 8h32

A liberdade de expressão é um conceito tão antigo quanto à democracia, mas a discussão sobre seus limites ficou mais complexa com a massificação do uso das redes sociais. Esta foi a essência da VI Conferência Legislativa sobre Liberdade de Expressão realizada pelo Instituto Palavra Aberta nesta terça-feira, dia 23, na Câmara dos Deputados, em Brasília. Se os censores enxergaram na recente onda de protestos em Londres organizada por jovens britânicos através das redes sociais um pretexto para controlar o fluxo de informações online, os defensores da plena liberdade de expressão lembram que o mesmo mecanismo ajudou a derrubar a ditadura de Mubarak no Egito e também vem contribuindo para a derrocada de Kadafi na Líbia. O jornalista e ex-parlamentar Fernando Gabeira, um dos debatedores convidados para o painel “Desafios da liberdade de expressão na era da internet”, defendeu a liberdade de expressão nas redes sociais. Para ele, a incitação ao ódio ou manifestações violentas está muito mais ligada a questões de educação e cultura do que necessariamente à coerção. “Não é com medo e restrições que se lida com essas questões. A disseminação do ódio pode ser tanto pela internet, quanto por telefone ou carta”, disse Gabeira. Também participaram do painel Taís Gasparian, mestre em direito pela USP; Alexandre Matias, editor do caderno Link, do Estadão; e Emmanuel Publio Dias, da ESPM.

Patrícia Blanco, presidente do Instituto Palavra Aberta, afirma que uma nova rodada de debates sobre o tema será realizada na sede ESPM no final de setembro em data a confirmar. “Queremos convidar blogueiros e personalidades da internet para enriquecer ainda mais esse novo e importante debate”, disse Patrícia ao Meio & Mensagem.

No painel “Avanços e Desafios da Liberdade de Expressão no Brasil”, o debate foi pautado pela palestra de Eugênio Bucci, professor da USP e da ESPM, tendo como debatedores a deputada Manoela D’Ávila (PC do B – RS), do jornalista Fernando Rodrigues, da Folha de S.Paulo ; e de Ricardo Gandour, diretor de conteúdo de O Estado de S.Paulo. Nesse sentido, Bucci criticou a tradição autoritária do Brasil. “Temos o DNA da censura em nossa cultura. Na nossa cultura política a brutalidade do Estado se manifesta na falta de cerimônia com que as autoridades atacam a imprensa. Essa mentalidade, além do monopólio da força, pretende ter o monopólio da opinião", afirmou. Gandour lembrou que o poder judiciário muitas vezes acaba contribuindo com essa cultura negativa, lembrando que o jornal O Estado de São Paulo há dois anos está impedido de publicar informações sobre a Operação Boi Barrica, que investigava operações do empresário Fernando Sarney, o pai do empresário, José Sarney, presidente do Senado Federal. Para ele, o episódio é um reflexo da cultura brasileira de aceitar pequenos deslizes. “É aquela ideia de que um pouquinho de censura e tortura não faz mais a ninguém”, ironizou.

O evento também contou com a participação de J. Roberto Whitaker Penteado, diretor Presidente da ESPM; o deputado Marco Maia, presidente da Câmara dos Deputados; e Yole Mendonça, secretária executiva da secretaria de comunicação social da Presidência da República (Secom). “Essa conferência na Câmara trouxe esses importantes temas à uma patamar diferenciado, o que fortalece a atuação do Instituto Palavra Aberta no último ano e meio”, disse Patrícia.
 

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