Caio Fulgêncio
9 de junho de 2025 - 7h00
A FSB Holding — dona de empresas como Loures, Giusti e Jotacom, além da própria agência FSB — acaba de adquirir participação minoritária na Santeria, marcando seu ingresso no mercado de produção. A compra de parte da Santeria, cujo faturamento foi de R$ 60 milhões em 2024 e que seguirá sob a liderança de Edgard Soares Filho e Felipe Luchi, inclui cláusula de call option, com a holding podendo assumir o controle futuramente, e representa o primeiro passo da estratégia da FSB para a formação de um grupo audiovisual.

Da esquerda para a direita Felipe Luchi, Francisco Soares Brandão, Edgard Soares Filho e Marcos Trindade (Crédito: Divulgação)
Marcos Trindade, CEO da holding, pontua que o movimento leva em consideração o potencial do vídeo para contar histórias e construir reputação. “Temos uma carteira de 400 clientes, um universo próprio para fazermos essa prospecção. Os clientes demandam muito do vídeo institucional à campanha publicitária e a nossa perspectiva é oferecer isso de uma forma mais estruturada e profissional”, afirma.
No futuro, esse hub, segundo Soares Filho, deverá ser composto por seis produtoras: cinco delas com escopo central de publicidade e uma especializada em entretenimento, pilar que motivou o investimento. Os dois líderes da Santeria conduzirão a estruturação do grupo de produção. Além disso, um conselho consultivo já está em formação para estudar e orientar futuras aquisições.
“A ideia é fazermos de forma prudente e cautelosa. Queremos identificar as oportunidades do mercado. No âmbito de aquisições, vamos avaliar cada produtora, seu perfil e no que ela poderá agregar. Será possível, ainda, criar novas produtoras, trazendo diretores para o grupo”, detalha Soares Filho.
Luchi complementa que a ambição de formar essa estrutura se explica pela própria amplitude do audiovisual. De produções menores de conteúdo para redes sociais a projetos robustos para streaming e cinema, passando pela aceleração da inteligência artificial, a ideia é atender a complexidade das demandas atuais do mercado. “Entendemos que o mercado precisa de respostas diferentes e concentrar tudo dentro de uma única empresa não faz sentido. Então, criar empresas, cada uma com suas especialidades, para atender o mercado publicitário e de entretenimento, responde bem a esse contexto”, acrescenta.
Trindade relembra que a parceria das empresas da FSB com a Santeria começou há dois anos, em projetos bem-sucedidos: “Acreditamos que o casamento é fruto de um bom namoro e estávamos namorando há um tempo. Agora, saímos da sala para irmos para a cozinha. A sala é muito formal e construímos uma relação de muita confiança”.
Na opinião de Francisco Soares Brandão, sócio-fundador da FSB, o investimento em produção é mais um momento da jornada de uma empresa que tem um futuro promissor. “Temos um DNA que é entregar mais, respeitar o cliente e trabalhar muito. Aos 76 anos, o que posso fazer é entregar um pouquinho da minha experiência”, ressalta.
Estrutura da FSB Holding
A holding, com a produtora, tem no portfólio 11 empresas: FSB Comunicação, Loures e Giusti Creative PR, de relações públicas, consultoria e digital; Nexus, de inteligência, pesquisas e monitoramento; Jotacom, de publicidade, campanhas e performance; Seta Public Affairs, de relações governamentais; Beon, de consultoria em ESG; Deck, de influência reputacional corporativa; Involv, de comunicação interna e marca empregadora; e Bússola, de conteúdo.
No campo dos futuros investimentos, o CEO afirma que a companhia está atenta a algumas áreas prioritárias. Influência, publicidade e relações governamentais são algumas das possibilidades de crescimento, mesmo as disciplinas já sendo contempladas. “Vamos reforçando o que já temos dentro do ecossistema. A essência da FSB é construir e manter boas relações com clientes, empregados e novos investimentos”.