Nick Law: “Não há versão do futuro que pareça com o passado”

Buscar

Nick Law: “Não há versão do futuro que pareça com o passado”

Buscar
Publicidade

Comunicação

Nick Law: “Não há versão do futuro que pareça com o passado”

CCO global do Publicis Groupe e presidente da Publicis Communications apresenta sua visão sobre os novos rumos da comunicação


10 de julho de 2018 - 8h12

Após quase duas décadas de R/GA, Nick Law entra em nova fase de sua carreira no Publicis Groupe

O australiano Nick Law, jurado em Cannes este ano na categoria Creative E-commerce Lions, foi por muito tempo – mais precisamente 17 anos – a face criativa da R/GA, uma agência cujo trabalho é pautado pela cultura digital. No início deste ano, no entanto, migrou para o Publicis Groupe, onde atua como CCO global e presidente da Publicis Communications. Ele afirma ter sido feliz durante o tempo em que ajudou dar forma à R/GA, mas também ter sentido que estava pronto para um novo desafio. Com isso, resolveu fazer a coisa mais difícil, segundo ele: experimentar e influenciar a indústria da qual passou muito tempo reclamando e a partir de uma posição que tradicionalmente excluía vozes criativas fortes.

 

M&M – Arthur Sadoun afirmou que você tem “uma visão forte sobre o futuro da criatividade”.  Qual é exatamente sua visão sobre o assunto e sobre a influência que a tecnologia terá nesse futuro, uma vez que esse foi um tema muito discutido em Cannes este ano?

Law – A tecnologia sempre influenciou a criatividade. Nós esquecemos que a televisão foi uma tecnologia incrivelmente disruptiva na década de 1950. Todos os criativos têm de dominar seus meios, seja impresso ou realidade virtual. Minha visão de futuro é de uma comunidade criativa que terá domínio sobre um conjunto diverso de meios. Uma vez que a essência da profissão seja desenvolvida em cada tecnologia emergente, como conectá-las se torna importante. Como líder criativo, você precisa identificar como combinar e recombinar essas aptidões para criar disrupção e não ser vítima delas.

M&M – A categoria que você estava julgando era “Creative E-commerce Lions”. Gostou do que viu no festival? O que você espera particularmente de um e-commerce criativo?

Law – Gostei da variedade de soluções na categoria: de coisas grandes a personalizadas, do social ao cultural, do técnico ao astucioso. O que eu esperava era ver os últimos poucos passos na jornada de compra – e o que vi foram experiências de marca ricas se encaixando com transações sem atrito.

M&M – Pela primeira vez, uma consultoria ganhou um GP em Cannes e com uma campanha usando tecnologia (JFK Unsilenced). O que acha disso e do impacto desse fato sobre o mundo das agências?

Law – O Grand Prix foi conquistado por uma agência que recentemente foi adquirida por uma empresa de consultoria. Então, é muito cedo para dizer o quão bem as consultorias podem criar uma cultura criativa capaz de atingir esse nível de trabalho. Eu imagino que nossa indústria continuará recebendo concorrentes surgindo de todas as direções. A questão é: as agências estão preparadas para diversificar e desafiar essas mesmas companhias em seus respectivos territórios?

M&M – Li que uma das expectativas de Sadoun é que você ajude a formar novos talentos. Em sua posição e acumulando dois papeis (CCO e presidente) como vai conseguir fazer isso?

Law – Eu terei de reestruturar agências criativas e, ao mesmo tempo, contratar novos e diferentes talentos. Não faz sentido esperar que novos talentos criem um trabalho mais moderno se eles estiverem com o mesmo tipo de pessoas, trabalhando da mesma forma que o resto da indústria. Mudança é um problema de design, não um problema de talento.

M&M – Agora que o festival terminou, qual sua avaliação da presença tímida do Publicis em Cannes este ano e o que espera em 2019, quando o grupo estará de volta? 

Law – Este foi um ano incomum. Arthur (Sadoun, CEO do Publicis Groupe) sentiu que precisava iniciar a mudança, mas agora que fizemos o sacrifício estaremos de volta no próximo ano em melhor forma. É importante que a gente se apresente em 2019 como uma companhia criativa ampla e conectada – tão forte em inovação e design de experiências quanto em storytelling.

M&M – As grandes holdings de comunicação têm enfrentado dificuldades para entregar os resultados que seus acionistas esperam. Que caminhos você vê para reconquistar crescimento?

Law – Acredito que as holdings, e as agências que as compõem, precisam se diversificar. Não há versão do futuro que pareça com o passado – então, em vez de aperfeiçoar o passado, precisamos construir habilidades que antecipem o futuro próximo.

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Comfort contrata Taís Araújo como embaixadora

    Comfort contrata Taís Araújo como embaixadora

    Além da atriz, marca terá nomes como Ademara, Ana Flávia Cavalcanti, Arthur Picoli, Letícia Vaz, Lore Rufis, Rafa César e Sarah Fonseca em seu time de influenciadores

  • DM9 conquista Grand Clio com campanha para Leica

    DM9 conquista Grand Clio com campanha para Leica

    Agência é única brasileira a conquistar um dos prêmios máximos do festival, que concede, no total, 30 Grand Clios