Por privacidade, Apple volta à mídia
Primeira campanha de TV da marca sobre o tema estreia no Brasil em canais abertos e pagos e busca lembrar o consumidor que privacidade não é algo para ser defendido só no mundo físico
Primeira campanha de TV da marca sobre o tema estreia no Brasil em canais abertos e pagos e busca lembrar o consumidor que privacidade não é algo para ser defendido só no mundo físico
Roseani Rocha
12 de abril de 2019 - 12h00
Quem acompanha o assunto tecnologia & inovação lembrará do burburinho causado pela Apple na edição deste ano da CES, ocorrida em Las Vegas, em janeiro – primeiro evento do ano coberto pela equipe do Meio & Mensagem no projeto 100 Dias de Inovação. Embora não participe da feira, porque realiza seus próprios e grandiosos eventos de lançamento de produtos, a Apple instalou um mega painel em prédio próximo ao Convention Center em que abordava a questão da segurança brincando com a espécie de slogan da cidade – O que acontece em Vegas, fica em Vegas – e cutucando a concorrência, por sua falta de segurança de dados, ao dizer “What happens on your iPhone, stays on your iPhone (O que acontece no seu iPhone, fica no seu iPhone). Houve quem taxasse a ideia do anúncio de arrogante, mas o fato é que foi pertinente e inteligente, fazendo com que a marca sem estar no evento – que mobiliza a imprensa do mundo inteiro – fosse bastante comentada.
Passados três meses da ação, a Apple volta ao tema, desta vez levando ao ar, pela primeira vez, uma campanha em TV (mas não apenas) para falar sobre privacidade e segurança. Feita internamente pela companhia, a campanha “Privacidade” começa a ser veiculada no Brasil nesta sexta-feira, 12. O vídeo estará disponível no canal da marca no YouTube a partir do meio dia e haverá inserções também nos intervalos da novela O Sétimo Guardião, da Globo, nesta sexta, assim como no Masterchef, da Band, no domingo, além de canais da TV paga. No México, estreou semana passada e no Chile, nesta segunda-feira, 8, e também será veiculado na Colômbia.
O comercial lança mão do humor para fazer os consumidores refletirem sobre o quanto se preocupam com a sua privacidade na vida cotidiana do mundo físico, ao exibir situações corriqueiras, como placas de não ultrapasse e proibida a entrada, assim como pessoas colocando cadeados aqui e ali – para questionar: “Se privacidade é importante para sua vida, também deveria ser para o telefone que carrega sua vida”, sendo fechado com a assinatura “Privacidade. Isso é iPhone”, já que o filme também é mais um desdobramento da campanha “Isso é iPhone”, que tem vários outros conteúdos em vídeo, veiculados em redes sociais.
Segundo a Apple – em informações sobre a campanha transmitidas exclusivamente ao Meio & Mensagem – o comercial busca trazer à luz as medidas que a companhia toma para proteger a privacidade e a vida das pessoas, mostrando a elas que se privacidade é importante em sua vida cotidiana, deveria ser também quando seu telefone está ligado. Outro ponto importante é que privacidade e proteção de dados dos clientes compõem justamente um diferencial-chave da companhia de Cupertino em relação aos concorrentes. E é isso também que ela quer relembrar: que as tecnologias e modelo de negócios da Apple são alinhados com seus usuários e sua privacidade, ou seja, que é possível ter dispositivos inteligentes “e” privacidade, segurança “e” privacidade, em vez de um ou outro.
E como isso é possível? Segundo a companhia, porque na Apple o tema é considerado um direito humano fundamental e tratado desde o ponto zero do desenvolvimento de produtos e serviços, aos quais são incorporadas tecnologias inovadoras especificamente desenvolvidas para proteger a privacidade das pessoas. A companhia garante não ter detalhes daquilo tudo que os usuários fazem, não ler seus e-mails, mensagens ou histórico de navegação, algo que permitiria a terceiros, por exemplo, enviar mensagens comerciais. O negócio da Apple, diz a empresa, não depende de manipular dados dos clientes, por isso, no design dos produtos a privacidade de usuários é priorizada, usando menos dados pessoais possível e colocando controle do usuário e transparência em primeiro lugar nesse processo – a empresa cita como exemplo, o “passport encription”, que permite proteger a informação em seu telefone, uma vez que os consumidores estão mais e mais concentrando dados, com suas fotos, informações de saúde e até financeiras.
Embora siga a política de não comentar seus próximos passos no mercado, a Apple garante que continuará trabalhando para construir mecanismos de privacidade e segurança nos quais os consumidores possam efetivamente confiar.
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