Bárbara Sacchitiello
31 de maio de 2023 - 6h00

Um rosto cheio de sardas, cabelos ruivos e ímpeto de fugir do bullying do qual era alvo na escola. A história do começo da relação da influenciadora Mari Maria com o universo da maquiagem tem esse pano de fundo, como a própria empresária e fundadora da Mari Maria Makeup compartilhou com a audiência do Proxxima no fim da tarde desta terça-feira, 31.

Aprender a se maquiar para disfarçar as manchas na pele foi a maneira pela qual Mari Maria encontrou de escapar dos comentários que ouvia. Hoje, ela reconhece que foi esse percalço e, posteriormente, a aceitação e valorização de suas particularidades, que impulsionaram sua trajetória. “Hoje, sou grata ao bullying que sofri”, reconheceu a influenciadora.

Com o lançamento de sua marca própria de produtos de beleza, em 2017, que em 2019 foi aperfeiçoada com novos produtos, Mari Maria tornou-se um dos nomes mais reconhecidos do segmento de maquiagens nacional.

Antes disso, contudo, conseguiu formar uma comunidade fiel nas redes sociais, para as quais ela se tornou uma influência do segmento. No Instagram, atualmente, ela soma 21 milhões de seguidores. No TikTok, são quase 24 milhões.

Mari Maria e o segredo de influenciar

Manter essa audiência engajada e, mais do que isso, fazer com que esse grupo seja o principal consumidor de seus produtos, é uma tarefa para a qual Mari Maria se desdobra. Ela garante que acompanha todas as etapas do desenvolvimento dos produtos, desde a seleção de matéria-prima e ingredientes, até a ponta, conversando com os vendedores de lojas para que eles entendam o diferencial de cada um dos produtos.

Em paralelo, tem de acompanhar as constantes transformações dos ambientes do marketing de influência e das redes sociais. “Para fazer conteúdo, é preciso consumir o conteúdo. E eu vivo consumindo conteúdo, não apenas o meu, mas de quem produz conteúdo simular ao meu. Me inspiro em outras pessoas, que também podem se inspirar em mim”, contou.

Sobre o desafio de ter de produzir para diferentes redes sociais, que demandam linguagem e estilos diferentes de vídeos ou de mensagens, por exemplo, a influenciadora tem uma estratégia. “O importante é que um conteúdo consiga atingir o maior número de plataformas. Não importa se é o mesmo conteúdo do YouTube que é levado para o TikTok. O importante é estar presente em todas as redes sociais”, garante.

E para quem está iniciando nessa jornada do marketing de influência, a empresária deu um conselho. “O conteúdo precisa ser curto e, logo no começo, tem de prender a atenção da audiência. É uma questão de treino para conseguir esse modelo, que pode ser usado em todas as plataformas”, garante.

Mari Maria: “marcas precisam investir nas pessoas que as admiram”

Embora seja a criadora e a principal divulgadora de sua marca, a Mari Maria Makeup, a influenciadora segue se relacionando com outros anunciantes. Atualmente, conta que prefere relações mais duradoras que as tradicionais “publis”, em que possa ter envolvimento mais próximo com aquela companhia e seus valores.

É nesse ponto, inclusive, que ela acredita que reside o elemento diferencial que pode tornar as relações entre marcas e influenciadores bem-sucedidas. “O diferencial de um influenciador para uma marca é o fato de ele ser realmente um consumidor daquela marca para a qual ele faz publicidade. Não adianta contratar influenciadores que nunca utilizaram aquele produto. As marcas precisam investiram em pessoas que as admirem, que acreditam nelas. É isso que faz sentido para criar uma comunidade.”

Diferenças como diferencial

Construir uma jornada como influenciadora de sucesso e empresária é resultado de, na visão de Mari Maria, ter conseguido aceitar o diferencial. “O que me fez destacar, sobretudo nas redes sociais, foi aceitar meu diferencial e alimentar a audiência com isso, criando esse ponto em comum com o público. Minhas sardas acabaram sendo o divisor da minha carreira. Até a fragilidade que eu estava disposta a demonstrar ao contar como cobria as manchar criou essa conexão com as pessoas. Por isso, sempre aconselho a quem está começando nessa carreira que foque no seu diferencial”, refletiu Mari.

Essa visão a respeito do que, em sua visão, foge um pouco da curva, foi levada em consideração na hora de elaborar as embalagens e identidade visual de suas mais novas linhas, a Ginger Glow e Ginger Skin. Ao ver que era necessário dar uma cor diferente aos seus produtos, para que eles se destacassem no ponto de venda, Mari foi em busca de um tom que, no passado, lhe causou dor, e que, hoje, acabou representando seu sucesso.

“Sempre odiei a cor laranja, pelo fato de sofrer bullying por ser ruiva. Mas quando pensei em algo diferente para as embalagens, que chamasse a atenção, percebi como o laranja era uma cor injustiçada. É uma cor de energia, a cor do sol”, explicou ela, a respeito da identidade que representa sua marca.

Com essa comunidade de fãs e consumidores bem trabalhados no Brasil, o próximo passo de Mari Maria é mercado internacional. Para essa expansão, no entanto, ela acha que mais importante em focar em um trabalho individual é ser uma das vozes a ajudar a difundir o conceito do brazilian beuaty, que ela já vê como tendência na indústria global de beleza. “A beleza brasileira é um marco. Tudo que vem do Brasil já tem um diferencial. É nessa valorização que aposto para a indústria nacional de maquiagem”, completou.